Interpol tem 88 brasileiros como foragidos internacionais
PF pediu a inclusão do nome de Eurípedes Júnior, presidente do Solidariedade, para a seleta lista de fugitivos no mundo; entenda como funciona o trâmite
A Difusão Vermelha da Interpol tem 88 brasileiros como foragidos internacionais em sua lista pública. Dessa forma, os fugitivos são procurados nos 190 países que fazem parte da rede internacional de polícias e podem ser presos em qualquer região do mundo.
A CNN analisou a lista de procurados e listou o mais jovem, o mais antigo, o procurado há mais tempo e os incluídos recentemente.
Cada pessoa possui um perfil no sistema, que traz informações como o nome completo, data de nascimento, local de nascimento, possíveis tatuagens e idiomas.
David Cristian Aparecido da Silva é o mais jovem, tem 22 anos e é apontado pelas autoridades pelos crimes de organização criminosa, homicídio qualificado, posse de arma de fogo de uso restrito.
O segundo brasileiro mais jovem é Jackson Rafael Santos da Silva, de 27 anos, procurado internacionalmente por posse e tráfico de drogas;
Na outra ponta da lista, com 78 anos, José Ribamar da Silva, é o que tem a idade mais avançada. Ele é procurado ao redor do mundo por abuso sexual de menores.
Mulheres no crime
Minoria na lista, as mulheres também se fazem presente. São sete na relação de procuradas da Interpol.
Uma delas é Thaynara Caroline Santos Pereira, de 27 anos. Ela é foragida por associação criminosa, fraude no uso de dados de cartão de crédito de terceiros.
Outra é Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, de 74 anos, por tortura e homicídio. Já Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, 51 anos, por organização criminosa.
Marcia Liziane Costa Vieira, 38, é procurada por furto. Já a brasileira Rosirene Vieira, de 48, por tráfico internacional de drogas.
Silvana Seidler, 57 anos, tem mandado de prisão em aberto por homicídio agravado e ocultação de cadáver.
E a última da lista é Débora de Souza da Paixão, de 38 anos, do Amapá, por tráfico de drogas.
Lista volúvel
Em abril, a lista era maior e tinha 91 brasileiros. Três foram presos nesse período até junho. Um deles, no mês passado, foi Luiz Antônio Alves de Souza, conhecido como “Rei da Maconha”.
Ele foi preso na Bolívia, após passar dois anos em fuga.
Souza havia fugido do sistema penitenciário em 22 de abril de 2022 e respondia por diversos crimes, como tráfico de drogas, assalto a banco, roubo, porte de arma de uso restrito e falsificação de documentos.
À CNN, em novembro passado, o delegado de Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza, diretor de cooperação internacional e vice-presidente da Interpol nas Américas, explicou como funciona a lista de procurados.
“A Interpol tem 19 bancos de dados e alguns deles estão com uma nomenclatura de cores. A difusora vermelha, a mais conhecida, é um banco de dados onde os países solicitam à organização o nome de pessoas que são procuradas pelo cometimento de algum crime em seus países”.
Segundo o delegado Valdecy Urquiza, é preciso ter uma ordem de prisão expedida pelo juiz daquele país e uma vez enviados esses dados para a organização ela incluiu no banco de dados.
Eurípedes Jr
Na quinta-feira (13), a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal pediu a inclusão do nome de Eurípedes Gomes Júnior, presidente do Solidariedade, na Difusão Vermelha da Interpol.
A solicitação foi enviada ao escritório central da Interpol, em Lyon, na França, que começa o trâmite de análise. O pedido está em análise contra o político, que é apontado pela PF como líder de uma organização criminosa que desviou R$ 36 milhões do fundo eleitoral para viagens pessoais, compra de helicópteros e casas.