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    Infectologistas defendem passaporte de vacinação para bares e restaurantes no Rio

    Pontos turísticos veem dificuldade em fiscalizar a obrigatoriedade do comprovante de imunização contra a Covid-19

    Vacinação contra a Covid-19 no Rio de Janeiro
    Vacinação contra a Covid-19 no Rio de Janeiro Prefeitura do Rio de Janeiro

    Pauline AlmeidaThayana Araújoda CNN

    no Rio de Janeiro

    Bares, restaurantes e shoppings ficaram de fora da obrigatoriedade do comprovante de vacinação contra a Covid-19, que passa a valer a partir da próxima quarta-feira (1º) no Rio de Janeiro, em espaços como museus, academias, cinemas e pontos turísticos. Se o setor — bastante prejudicado economicamente pela pandemia — for liberado, médicos infectologistas mostram preocupação.

    A presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, acredita que o comprovante de vacinação deveria valer também para bares, restaurantes e shoppings. Segundo a médica, a medida precisa ser obrigatória diante das pessoas que negam a efetividade dos imunizantes.

    “Isso é uma medida de saúde pública, o direito delas [de quem não toma a vacina] termina quando começa o dos outros”, defendeu. Tânia Vergara reconhece, no entanto, que o controle da medida é problemático. A avaliação é compartilhada pelo infectologista Alberto Chebabo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e um dos membros do Comitê de Enfrentamento da Covid-19, que auxilia a prefeitura na tomada das decisões.

    “Sou a favor [do passaporte para bares, restaurantes e shoppings], mas talvez o que dificulta a implementação seja a fiscalização dessa medida nesses setores”, pontuou. A decisão não passou pelo comitê científico, segundo Chebabo.

    O comprovante de vacinação será obrigatório para academias, piscinas, clubes, estádios, cinemas, teatros, pontos turísticos, museus, aquário, parques de diversões e temáticos, conferências e feiras comerciais.

    O Bondinho do Pão de Açúcar, por exemplo, confirmou que exigirá o passaporte a partir de quarta-feira. “O parque segue operando com capacidade reduzida e mantém um rígido protocolo de segurança sanitária de combate à Covid-19 em seu funcionamento. Dentre as principais medidas, a máscara é item obrigatório, dispensers de álcool em gel são disponibilizados ao longo de todo o parque, a medição de temperatura é feita a todos na entrada, além da sanitização dos bondes com quaternário de amônio a cada viagem”, divulgou.

    O prefeito Eduardo Paes pediu a ajuda dos responsáveis por esses espaços no controle e declarou que “a prefeitura não é babá”. “Nós vamos, obviamente, fiscalizar, mas nós não desenvolvemos ainda o poder da onipresença. Portanto, vamos fiscalizar por amostragem. Não adianta imaginar que a gente vai estar em todos os lugares da cidade ao mesmo tempo. O mais importante é a conscientização. É óbvio que o que a gente está fazendo aqui é uma preparação para a abertura”, afirmou.

    O apelo do prefeito traz questionamentos aos empresários afetados pela obrigatoriedade do comprovante de vacinação, como o Trem do Corcovado, que leva turistas até o Cristo Redentor, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro. No mês de julho deste ano, cerca de 2 mil pessoas passaram pelo trem por dia. No verão anterior à pandemia, a média diária chegava a 5 mil visitantes.

    O local seguirá a determinação da prefeitura, defende a importância da imunização contra o coronavírus, mas acredita que a determinação do passaporte não é positiva e gera dúvidas. “O estabelecimento, o equipamento turístico, o empresário não pode virar fiscal de vacina. Todos nós dependemos, queremos e torcemos para que a imunização avance com celeridade, com rapidez. O que não pode é prejudicar o movimento, o fluxo turístico, que já está muito debilitado”, afirmou Sávio Neves, presidente do Trem do Corcovado.