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    Inep deveria passar por reformulação na governança, diz ex-presidente do órgão

    À CNN, Maria Helena de Castro avaliou que momento pós-Enem será "crucial" e recomendou a alunos e familiares que se mantenham calmos antes da prova

    Giovanna GalvaniVinícius Tadeuda CNN , em São Paulo

    A poucos dias da realização da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021, discussões sobre a possibilidade de interferências do governo federal na prova e debates sobre as demissões coletivas de funcionários do Inep, órgão aplicador do exame, são assuntos ainda não encerrados.

    Para Maria Helena de Castro, atual presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) e ex-presidente do Inep, a atual situação mostra a necessidade de uma reformulação na governança do Inep e do próprio Enem a fim de que eles não fiquem suscetíveis à troca de presidentes e coordenadores, argumentou Castro em entrevista à CNN nesta sexta-feira (19).

    “Não tem sentido nós termos troca atrás da outra de presidente [do Inep], com mudança de todos os diretores e coordenadores. Isso é muito ruim e traz problemas graves para todos os alunos do país, para todo mundo”, argumentou Maria Helena de Castro, também professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

    Segundo ela, o CNE propôs recentemente uma reformulação na governança do Inep e na estrutura de realização do Enem para “garantir a continuidade” da prova nos moldes que ela deve seguir.

    “Nos países desenvolvidos, a estrutura de exames nacionais tem esquema de governança com participação das universidades, dos estados, municípios, associações cientificas e especialistas. Isso não existe no atual Enem e na estrutura do Inep”, afirmou.

    Castro explicou que, a partir de 2009, o Enem deixou de ser uma prova avaliativa de saída do ensino médio e se transformou no maior vestibular do país, a maior porta de entrada para universidades públicas e privadas. Tanto no formato antigo e quanto atual, argumentou ela, “nunca houve ingerência na elaboração das provas”.

    O que já aconteceu em questões do Enem ou de outros vestibulares, explica a professora, é ocorrerem questionamentos ao gabarito escolhido pelos exames. Um movimento similar a esse pode acontecer nesta edição do Enem também, disse.

    “Muitas vezes, no vestibular, ocorrem perguntas cujo gabarito da prova e a questão podem ser anulados. Hipoteticamente, uma pergunta que mude o sentido da historia politica do país poderá ser questionada em diferentes instâncias”.

    Com a proximidade da realização do exame, a professora diz lamentar que “o Enem e o Inep não tenham resolvido essa crise antes para garantir uma situação de maior tranquilidade agora”. Para ela, o momento maior “desafio” será garantir um encaminhamento correto no pós-prova, papel em que “o Inep é crucial”.

    Neste momento, porém, a professora recomenda que alunos e familiares tentem permanecer “calmos e tranquilos” para a prova.

    “A única recomendação para estudantes e famílias é que tenham calma, que procurem encarar o processo com a maior tranquilidade apesar do contexto de crise que está cercando esse Enem”, diz Maria Helena de Castro.

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