Incerteza de data para o Carnaval provoca crise nas escolas de samba do Rio
Unidos da Viradouro anunciou em suas redes sociais que irá desligar grande parte dos funcionários da quadra da escola
A indefinição sobre a realização do Carnaval no Rio de Janeiro já provoca demissões e atraso na produção do evento para o ano de 2021. A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) deve se reunir no próximo mês para traçar um plano de como e quando ocorrerá o Carnaval.
A Unidos da Viradouro anunciou em suas redes sociais que irá desligar grande parte dos funcionários da quadra da escola e do barracão, mantendo apenas os funcionários essenciais para manutenção dos espaços.
Leia mais:
‘Ainda não é hora de decidir sobre Carnaval’, diz subsecretário de Eventos do RJ
Carnaval de 2021 é adiado em SP devido à pandemia do novo coronavírus
Segundo o comunicado, uma atitude como essa é algo que jamais ocorreria caso essa avalanche de incertezas e prejuízos não tivesse surgido juntamente à pandemia. Além da Viradouro, a Mangueira, no mês passado, já havia demitido 50 funcionários. De acordo com a Liesa só os barracões das escolas do Grupo Especial empregam cerca de 4.000 pessoas durante a preparação do evento.
A CNN conversou com diversas escolas de samba e tentou entender como a pandemia e a incerteza estão afetando a produção do Carnaval 2021. Algumas escolas estão completamente paradas, aguardando a posição da Prefeitura do Rio sobre o cancelamento ou adiamento do evento.
Outras agremiações estão seguindo com o planejamento e com as atividades que podem ser concluídas de casa, como criação de artes. Acontece que a essa altura, em um ano normal, as escolas já estariam escolhendo seus samba-enredo, o que não tem nem previsão de acontecer.
Os problemas do maior evento cultural da cidade do Rio vêm desde antes da pandemia do novo Coronavírus. Em 2017, o prefeito Marcelo Crivella havia anunciado um corte de 50% nos repasses feitos pela Prefeitura às escolas do Grupo Especial. Além da redução do repasse, o prefeito evidencia a sua falta de apreço pelo Carnaval.
No primeiro ano de mandato, o chefe do executivo municipal não compareceu à cerimônia de entrega da chave da cidade ao Rei Momo, realizada tradicionalmente como forma de dar início às festividades carnavalescas.
*Sob supervisão de Isabelle Rezende