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    Incêndio em hospital do RJ destruiu material comprado para combate da Covid-19

    Em meio aos entulhos também estão EPIs, luvas, capotes, tudo comprado no início de março deste ano, início da pandemia

    Thayana Araújo, da CNN, no Rio de Janeiro

    O incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, destruiu grande parte do material de combate à Covid-19 na unidade. A CNN apurou que o cenário de destruição, registrado em fotos, ainda não pode ser modificado por causa da perícia especializada da Polícia Federal, parte da investigação sobre as causas do incêndio.

    O local era um antigo refeitório e até o incêndio servia como despensa da equipe de nutrição do hospital, para armazenar materiais de descarte que estavam vencidos ou próximos ao prazo de vencimento.

    Em meio aos entulhos também estão EPIs, luvas, capotes, tudo comprado no início de março deste ano, início da pandemia, para o combate do coronavírus. A maioria dos equipamentos era nova.    

    No dia do incêndio foi feita uma perícia preliminar e os peritos da PF só começaram a trabalhar nos escombros do hospital semana passada. 

    Incêndio

    O incêndio que consumiu uma ala do hospital, deixou até o momento 16 vítimas fatais, que acabaram não resistindo após a transferência de unidade. Uma parte do hospital fechou no dia 1º de novembro e os funcionários da unidade entram em férias coletivas com exceção de 22 médicos dos setores de Nefrologia e Transplante. 

    O Hospital Federal de Bonsucesso conta atualmente com 3.500 profissionais entre servidores e médicos estatutários e mais dois mil profissionais terceirizados. Esses últimos estão a cargo de cada empresa contratante. A unidade é a maior de saúde do Rio de Janeiro em volume de atendimentos e no início da pandemia chegou a ser anunciada como futura referência para a Covid-19. 

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    Um dos blocos do HFB chegou a ser adaptado, com 200 leitos, mas o projeto não foi adiante por falta de condições. O corpo clínico do hospital é contra o fechamento da unidade e alega que terá grande impacto de outros hospitais públicos da região, que também já estão operando no limite de suas capacidades. 

    Julio Noronha, ex-diretor do corpo clínico, afirmou ainda que outras unidades federais não têm condições de receber os doentes que são acompanhados no HFB. 

    Noronha explicou que os hospitais federais do RJ são referência em casos de alta complexidade e demandas e para ele, acabar com os hospitais federais no Estado, significa que a população terá dificuldade para obter diagnóstico e cirurgias mais especializadas como transplantes renal e de córnea. 

    O presidente do Sindicato dos Médicos do RJ, Alexandre Telles, afirmou que o Hospital Federal de Bonsucesso é um referência para diversos serviços. Segundo ele, apenas o prédio 1 foi comprometido sendo necessário uma obra urgente pera que tenha condições de voltar a funcionar adequadamente e não optar pelo fechamento.

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