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    Imprensa internacional repercute manifestações deste 7 de setembro

    Publicações pelo mundo destacaram a queda da popularidade do presidente Bolsonaro e seu discurso contra a Suprema Corte do país

    Ana Carolina Nunesda CNN , em São Paulo

    As manifestações que ocorreram em várias cidades do Brasil nesta terça-feira, 7 de setembro, dia da Proclamação da Independência do país, ganharam espaço na imprensa internacional, com destaque para a participação do presidente Jair Bolsonaro e seu discurso contra o Supremo Tribunal Federal.

    O britânico “The Guardian” traz cobertura do correspondente Tom Phillips, em Brasília, relatando que milhares de pessoas se reuniram na capital do país seguindo o presidente, mas que as pesquisas sugerem que o governo atual “está saindo dos trilhos antes das eleições do próximo ano”.

    A cobertura traz a imagem de um manifestante fazendo pose como se estivesse segurando uma arma, enquanto exibe a bandeira do Brasil, com o título: “Fanáticos de Bolsonaro vão às ruas do Brasil para incitar pelotões de fuzilamento e golpes”.

    Ainda no Reino Unido, a BBC anuncia “Brasil no limite enquanto apoiadores do Bolsonaro marcham sobre o Congresso”, também apontando para a queda de popularidade do presidente, que usa os eventos para criticar o Judiciário e o Congresso, e que a segurança teve que ser reforçada por conta de ameaças de invasão aos prédios públicos.

    O jornal americano “The New York Times” publica uma análise sobre os eventos em que anunciam: “Comícios pró-Bolsonaro podem ser o prelúdio do controle do poder, dizem os críticos”. De acordo com os analistas ouvidos pela publicação, há um paralelo de Bolsonaro com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, enquanto o brasileiro vê sua popularidade cair.

    Já o “Washington Post”, principal periódico da capital federal americana, replica cobertura da agência de notícias da Associated Press (AP), anunciando que “Bolsonaro busca demonstração de força”, mas que ele arrisca um movimento que pode dar errado.

    O NPR, mídia pública dos Estados Unidos, também replica cobertura da AP, mas coloca o presidente brasileiro Bolsonaro contra a Suprema Corte do país. “Bolsonaro, do Brasil, reúne seus seguidores contra os tribunais em uma grande manifestação”, diz a chamada da publicação.

    O tom sobre os atos contra a mais alta corte se mantém no argentino “Clarín”. “Jair Bolsonaro invadiu as ruas e agrediu os integrantes do Tribunal nos atos de Brasília e São Paulo”. O texto afirma que as manifestações foram convocadas em defesa da liberdade, mas em que “se destacaram demandas com conotações antidemocráticas”, e que os discursos do presidente – em Brasília e em São Paulo –  foram ameaças ao STF.

    No espanhol “El Pais”, destaque para a mobilização em massa enquanto “Bolsonaro ameaça com atitude firme contra a Suprema Corte”.

    Em tom mais ameno, o francês “Le Monde” reporta: “No Brasil, Bolsonaro tenta se mobilizar prometendo a seus apoiadores ‘uma nova história'”.

    O site da revista alemã “Der Spiegel” focou no incidente da noite de segunda-feira (6), quando manifestantes romperam os limites de proteção policial em Brasília para invadir a área da Esplanada dos Ministérios.

    A revista conta ainda sobre a Medida Provisória (MP) assinada por Jair Bolsonaro às vésperas das manifestações. A MP que altera o Marco Civil da internet (MCI). Segundo a secretaria de Comunicação do governo federal, a MP reforça direitos e garantias dos usuários da rede e combate a “remoção arbitrária e imotivada de contas, perfis e conteúdos por provedores”.

    7 de setembro

    O feriado de 7 de setembro foi marcado por diversos atos favoráveis e contrários ao governo federal. Em São Paulo, atos contra e a favor do governo bloquearam vias de trânsito, com manifestantes se reunindo em diferentes pontos da cidade.

    Manifestantes a favor de Bolsonaro se concentram desde cedo na Avenida Paulista, que teve o entorno bloqueado para o trânsito de veículos antes do previsto. O presidente Jair Bolsonaro chegou à tarde na cidade, sobrevoou a avenida de helicóptero e fez pronunciamento na frente do prédio da Fiesp a apoiadores. O presidente já havia discursado na manhã desta terça-feira durante o ato em Brasília.

    No Vale do Anhangabaú, ocorreu a manifestação contra o governo. A movimentação aumentou na última hora e algumas ruas ao redor do local tiveram que ser bloqueadas para os carros, devido ao movimento dos manifestantes.

    No Rio de Janeiro, manifestantes pró-governo se concentram na orla de Copacabana, zona sul da capital fluminense. A população se apresentou majoritariamente vestida de verde e amarelo e portando a bandeira brasileira.

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