Witzel não consegue monitorar todos secretários, diz chefe da Casa Civil do Rio
Durante toda a entrevista, Moura deu sinais de que o governo do estado do Rio busca fazer conciliação com o federal
André Moura foi nomeado secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro no dia 23 de julho. Seu maior desafio no cargo é ajudar o governador Wilson Witzel (PSC) a sobreviver a um processo de impeachment que já corre na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Em entrevista para a CNN, Moura negou que a reaproximação com parlamentares está se dando por conta do processo, e que Witzel não consegue controlar todas as ações de seus secretários.
“Estamos fazendo um trabalho de reconstrução da base. Estamos nos aproximando não só pelo impeachment, mas pelas pautas do estado. Não existe a barganha por troca de cargo,” disse Moura.
“Impossível para um governador de um estado como o Rio de Janeiro monitorar e acompanhar todos os contratos e ações. Os secretários têm autonomia monitorada pelos órgãos de controle do estado. Impossível o governador acompanhar tudo que os secretários fazem.”
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Questionado se a mudança de postura de Witzel se deu por uma orientação de Moura, o secretário da Casa Civil negou, e disse que isso ocorre porque Witzel “agora tem tempo para cumprir a agenda e conversar com a população”.
Acenos de paz
Durante toda a entrevista, Moura deu sinais de que o governo do estado do Rio busca fazer conciliação com o governo federal após trocas de farpas públicas entre Witzel e membros da família Bolsonaro.
Ele lembrou que durantes as eleições presidenciais de 2018 Witzel e Jair Bolsonaro se apoiaram, e que o rompimento entre os dois “não foi bom para o estado do Rio”.
Depois, enfatizou que o Rio de Janeiro está “cumprindo tudo que está previsto no regime de recuperação fiscal”, e completou dizendo ter “certeza que o governo federal sabe da importância disso.”
Moura disse também que o “governador busca o diálogo com o governo federal” e reiterou que o “estado do Rio de Janeiro não pode ser penalizado por um desentendimento político”.