Imagens de Manaus devem ser exemplo para não reabrir comércio, diz sanitarista
O motivo para isso é que as consequências dessas medidas só vão ser vistas semanas depois, quando o cenário pode ter se agravado com a explosão de novos casos
O sanitarista Christovam Barcellos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirmou, em entrevista à CNN, nesta quarta-feira (22), que as imagens do impacto da COVID-19 em Manaus devem servir de exemplo para que as cidades mantenham apenas os serviços essenciais em funcionamento.
“Se a gente liberar diversas atividades, isso vai explodir [o número de casos] daqui a duas ou três semanas, a exemplo de Manaus”, aponta ele. “Infelizmente, que essas imagens de Manaus sirvam de exemplo para outras cidades para se manter as atividades básicas funcionando, mas não liberar totalmente a circulação de pessoas e o comércio”, acrescenta.
O motivo para isso é que, segundo o especialista, as consequências dessas medidas só vão ser vistas semanas depois, quando o cenário pode ter se agravado com a explosão de novos casos. “As ações que são tomadas hoje só têm resultados visíveis em sete dias”, esclarece. “Todos os países estão mostrando que as providências que são tomadas no começo da epidemia se refletem semanas depois. Então, Itália e Estados Unidos não tomaram quase nenhuma providência e agora estão pagando o preço por isso”, contextualiza.
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Em relação ao cenário de Manaus, que já está fazendo cerca de 100 enterros por dia por conta do novo coronavírus, o sanitarista aponta que a capital deve se preparar para a chegada de novos casos do interior do estado. “Nos próximos dias e semanas, nós vamos ter um acréscimo de casos com essa pressão que vai vir do interior e Manaus precisa se preparar por ser a única cidade de referência com hospitais de porte e tecnologia suficientes para atender a essas pessoas no estado”, alerta.
Na terça-feira (21), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), declarou, em entrevista para a CNN, que o estado de saúde da capital já passou do status “de calamidade, uma vez que já ultrapassamos há tempos a situação de emergência”.