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    II Expo Internacional: 1º dia é marcado por diálogos sobre literatura negra

    Conceição Evaristo e Sueli Carneiro foram alguns dos nomes citados no primeiro dia da II Expo Internacional da Consciência Negra. A programação foi marcada por rodas de conversa sobre literatura afro-brasileira, educação e racismo.

    II Expo Internacional: 1º dia é marcado por diálogos sobre literatura negra.
    II Expo Internacional: 1º dia é marcado por diálogos sobre literatura negra. Foto: Divulgação

    Amanda Alvesda CNN

    São Paulo

    Maria Firmina dos Reis, Conceição Evaristo, Luís Gama, Carolina Maria de Jesus, Machado de Assis e outros escritores negros brasileiros foram citados ao longo do primeiro dia da II Expo Internacional Consciência Negra. Flávio Gomes, historiador e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e Lília Schwarcz, historiadora e professora titular no Departamento de Antropologia da USP, falaram juntos sobre a organização do Dicionário da Escravidão e Liberdade (2018).

    Flávio falou sobre os mitos educacionais em torno da cultura afro-brasileira estarem ligados à ideia da pouca informação e conhecimento sobre a história. “Na verdade, os livros didáticos não tratam disso, porque não tem interesse de tratar isso.  Às vezes surge um mito de que não se tem informação, quando na verdade tem muita pesquisa disponível. Com material didático chegando aos professores, isso será um suporte para que os educadores possam levar para as escolas essas informações que já estão disponíveis”, crítica.

    Ricardo Nunes, Aline Torres, Marta Suplicy e Tom Farias/Foto: André Godoy

    Em 1978, um grupo de jovens negros e negras que produziam literatura reuniram-se no CECAN – Centro de Cultura e Arte Negra, em São Paulo, para criar uma publicação em que pudessem expor sua arte. A organização foi uma das primeiras entidades negras a trabalhar a ideia da negritude e foi assunto em debates sobre racismo estrutural na programação da II Expo.

    Durante o bate-papo ‘Escrita negra e vida: que joelho é este que tanto as sufoca?’ Cuti, ao lado de Míriam Alves e Tom Farias, afirmou que “o racismo nos impede de conversar sobre ele. O racista não escuta, ele tem respostas prontas”. Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, é poeta, ficcionista, dramaturgo e ensaísta, além de ser considerado um dos intelectuais negros contemporâneos mais importantes.

    Míriam Alves relembrou sua estreia nos Cadernos Negros em 1982 e sua frase de abertura, “comecei chorando, agora grito palavras e lágrimas, os soluços e as agulhas da opressão que ferem fundo minha pele negra.”. Míriam é poeta e romancista, começou a escrever ainda criança. Na década de 80, passou a integrar o coletivo Quilombhoje Literatura. A importância de resgatar histórias de mulheres negras foi destaque em diversos momentos.

    Além de Flávio Gomes, Lília Schwarcz, Cuti e Míriam Alves, também palestraram Bianca Santana, Jeruse Romão, Paulo Lins, Geovane Martins e Paulina Chiziane. 

    Mapa do espaço da II Expo Internacional da Consciência Negra/Foto: Divulgação