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    Homem é preso por feminicídio após entregar ex-mulher ao “Tribunal do Tráfico”

    Ex-marido teria inventado que a vítima atuava como informante de policiais

    Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) do Rio de Janeiro
    Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) do Rio de Janeiro Polícia Civil do Rio de Janeiro/Divulgação

    Victor Aguiarda CNN*Rafaela Cascardoda CNN

    Um homem foi preso em Nova Iguaçu (RJ), nesta quarta-feira (13) acusado de feminicídio contra a ex-companheira. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), Iago dos Santos Fonseca, de 26 anos, entregou Janayna Evangelista Napoleão, de 22, para traficantes do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, sob a acusação de que ela seria informante da polícia.

    Durante audiência de custódia realizada também na tarde desta quinta-feira (14), a Justiça do Rio manteve a prisão de Iago.

    De acordo com as investigações, Iago manteve um relacionamento de sete anos com Janayna. Após um desentendimento, ela abandonou a casa em que morava com o criminoso, em Nova Iguaçu, e se mudou para a casa de parentes na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão.

    Depois da mudança, Janayna conseguiu um emprego em um shopping center da região, e começou um novo relacionamento com outro morador da comunidade. Iago, no entanto, nunca aceitou a separação.

    “Durante as investigações, os policiais analisaram diversos áudios enviados pelo acusado ao celular da vítima, que demonstraram as ameaças, exigindo que ela voltasse a morar com ele”, informou a polícia.

    Iago chegou a ir até a comunidade para falar com Janayna, mas foi rechaçado pela ex-mulher e dois amigos dela.

    Ainda segundo os agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), o suspeito, movido por ciúme e ódio, inventou que os três seriam informantes da polícia.

    “A informação chegou até os traficantes do local, que os submeteram ao ‘tribunal do tráfico’ local. Eles foram mortos e seus corpos ocultados na comunidade”, afirmou a polícia.

    Até a publicação desta reportagem, os corpos das vítimas ainda não foram encontrados. Também não há registro de desaparecimento.

    A investigação segue em andamento para que os outros desaparecidos sejam identificados e os traficantes envolvidos nos homicídios sejam presos.

    A CNN não localizou a defesa de Iago. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

    Detalhes da audiência

    Durante a audiência de custódia, Iago ficou algemado. Ele afirmou ter sofrido agressões, além de ter tido a algema apertada de forma excessiva. No entanto, ele não apresentou marcas que comprovassem a afirmação. A juíza Daniele Lima Pires Barbosa pediu para que fosse realizado exame de corpo de delito no preso, mas ressaltou que “não se podia afastar a possibilidade de [as supostas agressões] terem decorrido de tentativa de fuga ou resistência à prisão, conforme versão dada pelos policiais”.

    Na decisão, a magistrada afirmou que não houve erro no ato prisional e manteve a prisão de Iago.

    *Sob supervisão de Bruno Laforé