Grupo que movimentou R$ 1 bilhão em comércio ilegal de ouro é alvo da PF
Uma pessoa foi presa e 13 mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quarta-feira em quatro estados
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a operação “Pirâmide de Ouro” na manhã desta quarta-feira (28) no Pará, Amazonas, Rondônia e Paraná contra um esquema de venda ilegal de ouro da Região Norte ao Sudeste do país que pode superar R$ 1 bilhão.
Uma pessoa foi presa em Curitiba (PR) e outras duas são consideradas foragidas. A PF também cumpre 13 mandados de busca e apreensão.
Um dos mandados de busca e apreensão foi em Itaituba, no Pará; os outros 12, divididos entre Porto Velho/RO, Manaus/AM e Curitiba/PR. Foram apreendidos documentos e dinheiro, ainda não contabilizado o montante.
A PF mira os suspeitos por organização criminosa, lavagem de dinheiro, usurpação de bens da união, falsidade ideológica e uso de documento falso. Também foi decretado sequestro de bens de 24 alvos no inquérito.
A investigação partiu da apreensão de 7,5 quilos de ouro, feita no dia 1º de setembro de 2022, no Aeroporto Internacional de Belém, em ação conjunta da PF e da Receita Federal. Na ocasião, o passageiro não foi preso em flagrante. Hoje, porém, ele é um dos alvos de mandados de prisão, assim como dois de seus filhos, suspeitos do mesmo esquema criminoso.
Segundo a PF, mesmo após ser detido no aeroporto – sendo liberado em seguida – o suspeito continuou levando em voos comerciais o ouro extraído em garimpos ilegais de rios no Amazonas e Rondônia, com destino a São Paulo.
A investigação aponta que o principal suspeito, em 11 meses, embarcou em 27 voos semelhantes entre Curitiba, Porto Velho, Manaus e Campinas, com quantidades cada vez menores do minério precioso, para evitar suspeitas.
O esquema recebia ares de legalidade a partir de empresas “noteiras”, que forjavam notas fiscais. O ouro também era “sujado”, um processo de diminuição do teor de pureza para ocultar a origem e também fazê-lo parecer legal.
Um dos alvos de prisão é sócio de uma empresa sem funcionário que movimentou R$ 1,5 bilhão em três anos e meio, entre junho de 2020 e setembro de 2022.
A Justiça determinou o sequestro de contas bancárias, suspensão de atividades da empresa e da permissão de lavra garimpeira. A Receita Federal participa das investigações, com compartilhamento de informações.