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    Grupo de trabalho que discute concessão do Santos Dumont será ampliado

    Prefeitura do Rio pediu para participar da rodada de discussões, que atrai concessionárias de outras unidades da federação

    Stéfano Sallesda CNN

    O grupo de trabalho do Ministério da Infraestrutura, que analisa, por 30 dias, eventuais ajustes na modelagem da concessão do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, terá novos integrantes.

    O projeto tem sido criticado por autoridades cariocas e fluminenses, que consideram a expansão do número de voos do equipamento uma disputa predatória com o Aeroporto Internacional do Tom Jobim (Galeão).

    O Ministério da Infraestrutura informou à CNN que a primeira instituição não contemplada na formação original do grupo de trabalho, que pediu para participar das discussões, foi a Marinha do Brasil, que já participou da primeira rodada de debates, realizada no último dia 19. Originalmente, seriam cinco representantes do estado e outros cinco do governo federal.

    O ministério informou ainda que a rodada de discussões tem atraído até mesmo o interesse de concessionárias de aeroportos de outras unidades da federação. Elas não precisam ter interesse em participar do pregão para pleitear acompanhar os debates sobre a modelagem.

    De acordo com o órgão, apresentaram pedidos a GRU Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e a Inframerica, do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, em Brasília.

    “Os pedidos ainda estão em análise, mas cabe destacar que o debate sobre a sétima rodada de concessões aeroportuárias é público e não é intenção do Governo Federal vetar participação de qualquer representante ou entidade que tenha relação com o tema e possa contribuir, e que tenha requerido formalmente ingresso no referido GT. Assim, aquelas que já formalizaram seu pedido devem se unir aos trabalhos a partir da próxima semana”, diz um trecho da nota do Ministério da Infraestrutura.

    O fato de a Prefeitura do Rio de Janeiro não ter sido convidada para o grupo de trabalho gerou críticas por parte do prefeito Eduardo Paes (PSD). Em uma publicação em rede social, o chefe do executivo municipal chegou a criticar a composição do colegiado: “Institucionalidade entre níveis de Governo é fundamental. Política eleitoral não deve se sobrepor a isso. A prefeitura não participar é absurdo”.

    Segundo o ministério, a Prefeitura do Rio manifestou intenção de participar do grupo, mas ainda não fez a solicitação formalmente.

    Procurado, o município respondeu por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação. “A Prefeitura do Rio pedirá, no início da próxima semana, cinco vagas no grupo de trabalho, assim como os demais entes federativos que compõem o GT. Os nomes ainda estão sendo definidos”.

    As autoridades do Rio de Janeiro defendem que a concessão limite o número de voos do Santos Dumont, para que ele funcione em sistema de complementariedade ao Galeão, já concedido à iniciativa privada em 2013, por 35 anos.

    O objetivo é deixar o aeroporto do Centro voltado para a ponte-aérea (Rio x São Paulo) e aviação regional. Isto é, voos mais curtos, e manter os demais no equipamento da Ilha do Governador, onde uma ampliação foi inaugurada em 2016, o Píer Sul, com 26 novas pontes de embarque.

    Intervenções

    O modelo de concessões do Ministério da Infraestrutura prevê uma série de intervenções para melhorar a segurança dos aeroportos onde ocorram as concessões e oferecer mais conforto a passageiros. Para o Santos Dumont, o órgão prevê pelo menos cinco medidas.

    Segundo o ministério, a futura concessionária deverá: adequar a faixa das pistas de pouso e de decolagem, ampliar a largura das duas pistas e corrigir o nível de serviço do terminal de passageiros. Também está prevista a adequação da via de acesso à Escola Naval.

    Essa é justamente a controvérsia que leva a Marinha ao debate. Isto porque outra medida, a instalação de uma área de segurança no fim da pista pode resultar na desapropriação de terrenos da força militar e criar dificuldades de acesso ao centro de formação de oficiais.