Governo fecha os dois hospitais de campanha do Rio de Janeiro
Ministério Público entrou na Justiça para manter unidade do Maracanã aberta
![Manifestantes contra o fechamento do Hospital de Campanha do Maracanã, no Rio de Janeiro Manifestantes contra o fechamento do Hospital de Campanha do Maracanã, no Rio de Janeiro](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/9657_B2451D0B5B87CC7C-1.jpeg?w=1220&h=674&crop=1&quality=50)
O governo do Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira (17) que vai fechar os dois hospitais de campanha em funcionamento no estado, o de São Gonçalo e o do Maracanã, na zona norte da capital.
Esses foram os únicos estabelecimentos inaugurados dos sete prometidos. O do Maracanã ficou pronto com nove dias de atraso, e o de São Gonçalo, que era previsto para março, só começou a funcionar em junho.
Em anúncio posterior, a secretaria estadual de Saúde afirmou que o fechamento não será definitivo e que está acontecendo apenas por vencimento de contrato com a empresa que gere os estabelecimentos. “O que ocorrerá neste momento é uma troca de RH, que será feita pela Fundação Saúde. Assim que houver essa troca, os hospitais estariam aptos a voltar a receber pacientes de Covid-19”, disse em nota.
Caso haja necessidade, a secretaria disse que os hospitais de campanha de Nova Friburgo, Nova Iguaçu e Caxias estão prontos para atenderem 20 pacientes cada e que, em uma semana, poderiam estar funcionando em capacidade máxima.
O Ministério Público e a Defensoria do estado chegaram a pedir a intercessão da Justiça para impedir que esses pacientes sejam transferidos para outros hospitais. O Ministério Público Federal (MPF) também pediu explicações ao secretário estadual de Saúde, Alex Bousquet.
Nesta sexta, 26 pacientes estavam internados no complexo do Maracanã e oito no de São Gonçalo. A taxa de ocupação de leitos do SUS no estado é de 48% na enfermaria e 35% em UTIs.
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Um grupo de funcionários protestou em frente ao hospital, dizendo que chegou para trabalhar e recebeu o aviso de que, neste sábado (18), o local já não prestaria atendimento. Muitos disseram que não recebem salário há dois meses.
O Iabas disse que não foi comunicado anteriormente desse fechamento. “Essa é mais uma demonstração de que o Iabas tem sido vítima da falta de gestão e transparência das ações do estado a respeito dos hospitais de campanha”, disse em nota.
Para a organização, o governo tem agido de maneira pouco transparente e que não assume a responsabilidade pelas decisões que levaram a atrasos na entrega de equipamentos.
“Conforme informado em ofício do dia 12 de junho, estavam então prontos para operação os hospitais de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, e que as unidades de Nova Friburgo e Campos de Goytacazes estavam praticamente prontas. Se não estão operando esses hospitais é por decisão do governo do estado”, escreveram.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro é o terceiro estado com o maior número de casos de Covid-19 no país. Até esta quinta-feira (16), haviam sido confirmados mais de 134 mil pessoas com o novo coronavírus.