Governo do Ceará anuncia lockdown em Fortaleza para conter avanço da Covid-19
Estado cearense decidiu implantar um bloqueio total na capital; a medida começa a valer a partir da próxima sexta-feira (8)
O estado do Ceará decidiu implementar um bloqueio total, também conhecido como lockdown, na capital Fortaleza a partir da próxima sexta-feira (8). Além do bloqueio, implementado em meio à crise sanitária causada pelo novo coronavírus, o governo estadual estendeu o decreto de isolamento social por mais 15 dias no restante do estado.
A decisão foi anunciada nesta terça-feira (5) pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e pelo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), em uma live nas redes sociais. O decreto valerá por 20 dias.
“Mesmo com aumento de 63% em todo Estado (no número de leitos), mesmo com todo esforço nosso, o sistema de saúde tem chegado ao limite. Portanto já há uma necessidade recomendada por todos os especialistas de implantarmos medidas mais rígidas”, disse Camilo.
Fortaleza será a segunda capital brasileira a entrar em lockdown, quando são impostas as medidas mais restritivas de distanciamento. Na primeira cidade do país a implementar a medida, São Luís, capital do estado do Maranhão, a medida começou a valer nesta terça-feira.
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Ceará anuncia mais 15 dias de isolamento social e uso de máscaras obrigatório
O governador e o prefeito evitaram usar o termo lockdown, preferindo chamar as medidas de “isolamento social rígido”, mas o decreto publicado nesta terça prevê regras semelhantes às adotadas no lockdown de São Luís: é proibida a circulação de pessoas que não seja para comprar alimentos, produtos de limpeza e medicamentos; buscar atendimento médico ou veterinário; atendimento a idosos ou crianças, atividades consideradas essenciais.
Será imposta também a proibição de veículos particulares a não ser para uso nos casos autorizados, e haverá bloqueios nas entradas e saídas de Fortaleza. Além disso, em qualquer atividade externa será obrigatório o uso de máscaras.
Com mais de 11 mil casos e mais de 700 mortes, o Ceará foi o segundo estado a enfrentar um colapso no sistema de saúde, com a taxa de ocupação nos leitos chegando a 100% por dias seguidos, depois do estado do Amazonas.
“Sei que são medidas duras, que trazem transtornos, mas o único objetivo é permitir que vidas sejam salvas, permitir ampliar o sistema de saúde. Estamos implantando 100 novas UTIs. Precisamos desse tempo para garantir que a população seja atendida”, disse Camilo.