Gestores que não fizeram nada estão sendo premiados, diz presidente do Conass
Segundo Carlos Lula, no momento em que gastos com Covid-19 estão sendo investigados, é necessário "separar o que é ato ilícito do que é um erro de um gestor"
O secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula, disse à CNN nesta quinta-feira (2) que eventuais erros de gestores públicos precisam ser separados dos que tenham cometido irregularidades no setor de saúde, que está na mira da Polícia Federal. Segundo ele, “gestores que não fizeram nada estão sendo premiados”.
Carlos Lula deu as declarações no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a operação Falso Negativo, que fez buscas e apreensões em sete estados brasileiros e no Distrito Federal em uma ação que investiga corrupção na compra de kits de testes para diagnóstico da Covid-19. No Brasil, mais de 60 mil pessoas já morreram por causa da doença.
Para o presidente do Conass, a operação causou um “apagão da caneta”, ao ter forçado gestores públicos a parar de comprar materiais com medo de se tornarem alvos de investigações.
“Secretários tiveram que agir diante da inação do governo federal. Se não fizessem nada, seriam taxados por omissão. Precisamos separar o que é ato ilícito do que é um erro de um gestor, sem nenhum tipo de vontade de desviar verbas públicas. Isso é fundamental para não colocar todos no mesmo pote. Neste momento, gestores que não fizeram nada estão sendo premiados.”
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Carlos Lula diz que os secretários municipais e estaduais de Saúde do Brasil “se sentiram pressionados” a agir, mas que diante de um cenário internacional de procura por equipamentos de enfrentamento a doença, acabaram cometendo erros.
Ele adiantou que irá fazer na próxima semana uma reunião com secretários de Saúde de todos o país e depois irá conversar com o ministro da Saúde para criar uma coordenação entre “secretários, ministérios e órgãos de controle para caminhar juntos e encontrar caminhos.”
(Edição: Bernardo Barbosa)