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    “Gangue da portinhola”: comerciantes relatam onda de assaltos na Cracolândia

    Lojistas apontam sequência de arrombamentos na mesma semana, sempre no mesmo modo de agir

    Empresários relatam onda de assaltos na Cracolândia
    Empresários relatam onda de assaltos na Cracolândia Reprodução

    Duda Cambraiada CNN

    “Isso está acontecendo todo dia aqui na nossa área”, é assim que o empresário Francisco Helio de Freitas Maia, de 60 anos, começa a entrevista à CNN. Dois imóveis do lojista, no centro de São Paulo, foram arrombados nessa semana. A quadrilha foi apelidada de “gangue da portinhola” pelos comerciantes.

    O primeiro aconteceu na madrugada de quarta-feira (18), em uma loja que está disponível para aluguel. Por isso, os danos materiais não foram tão altos. “Levaram só o micro-ondas e botijão de gás”, conta Helio.

    O segundo imóvel invadido foi uma loja de equipamentos para motociclistas. O arrombamento aconteceu no fim da madrugada desta sexta-feira (19). “Levaram mais de 100 capacetes. O prejuízo estimado é de 70 mil reais”, relata o empresário.

    O empresário conta que está há pelo menos 30 anos com ponto comercial no centro de São Paulo. “Já fui vítima várias vezes de diferentes eventos, cada época tem um tipo de crime”, relata.

    Dessa vez, o empresário conta que, além dos furtos de celulares durante o dia, os criminosos estão usando as portinholas dos portões para fazer o arrombamento. Segundo o lojista, é a “gangue das portinholas”.

    Portinholas são as portas menores que ficam nos portões de ferro que possibilitam a entrada e a saída e funcionários. “A porta está lá arrebentada até agora. Chamei o serralheiro para loja não ser saqueada de novo. Já era uma porta reforçada, mas não tem segurança que aguenta”.

    “A loja arrebentada foi na esquina, sempre passa carro. Como quebra uma loja dessas e a polícia não vem? E o segurança da rua?”, diz Helio. O empresário tem várias perguntas não respondidas: “para onde vai essas mercadorias? Por que polícia não apreende? Quem é o receptor?”.

    O empresário relata que, quando a Cracolândia estava na porta da loja, não aconteceu nenhum furto. “Os usuários foram para a Rua dos Protestantes, mas os empresários do furto estão subindo para cá. Quando eles estavam aqui, a gente achava que o risco era maior, mas é o contrário. Quando eles ficam num lugar, eles preservam aquele lugar e roubam em outro”.

    “A gente está na área há muito tempo, todo dia a gente escuta e vê loja sendo arrombada. Hoje, infelizmente, foi a minha. É uma situação de rotina nessa área, apesar da Cracolândia ter saído de frente da loja, eles continuam aqui”, relata Helio.

    Outros casos

    A empresária Marlene Alves também foi vítima da “gangue da portinhola”. Assim como Helio, a loja de Marlene foi alvo dos criminosos duas vezes em um curto período de tempo.

    “O primeiro episódio foi no dia 12, por volta das 3h30. O segundo foi no dia 16, na mesma loja”, relata a lojista.

    No segundo arrombamento, no dia 16, os criminosos não chegaram a entrar na loja. “Quando eles tentaram, os seguranças da rua impediram que eles entrassem”.

    Assim como o imóvel de Helio, a loja de Marlene também foi acessada pelos criminosos através da portinhola. “Eles arrombaram a loja pela portinhola, fez uma brecha nela. Eles furtaram cabos, que é o que a gente vende. Eles são rápidos, ficam no máximo 10 minutos”.

    Marlene estima um prejuízo de cerca de 15 mil reais, além dos cabos, os criminosos também furtaram uma televisão. “Ainda estamos fazendo um levantamento para entender o que de fato eles levaram”

    “Tô nessa região há 30 anos e nunca passei por essa situação. Estamos há 25 anos só nesse quarteirão. Troquei a porta porque eu estava com medo. Agora estou reforçando a segurança com outras coisas”, relata.

    Marlene conta que alguns bares ficam abertos até 2 da manhã e, depois disso, a região é tomada pela insegurança. “Quando chega às 3h, eles começam a se movimentar, é o horário que fica complicado. Alguns moradores da região falam que às 19h já não podem sair para ir no mercado. Não podemos ficar aqui a noite, dá medo”.

    Em nota à CNN, a Secretaria de Segurança Pública informou que tem concentrado esforços para combater a criminalidade e realizar a revitalização do centro de São Paulo. reforçou o policiamento ostensivo e preventivo, com a adição de 120 policiais militares nas ruas.

    Nota – SSP

    A SSP tem concentrado esforços na luta contra a criminalidade e na revitalização do centro de São Paulo desde o início da gestão. A pasta reforçou o policiamento ostensivo e preventivo, com a adição de 120 policiais militares nas ruas. Além disso, tem realizado diversas operações especiais na região, como a “Resgate”, que resultou na apreensão de quase mil aparelhos celulares.

    Como resultado, entre abril e novembro de 2023, os índices de furtos registraram uma queda de 7,2%, enquanto os roubos diminuíram em 16,4%, em comparação com os mesmos meses de 2022. Ocorreram a prisão ou apreensão de 5.983 infratores, representando um aumento de 26,8% em relação ao ano anterior.

    A Polícia Civil investiga um furto em um estabelecimento comercial, ocorrido na manhã desta sexta-feira (19), na Rua dos Gusmões, na Santa Ifigênia, região central de São Paulo. O caso foi registrado como furto pelo 3º Distrito Policial (Campos Elíseos). Imagens foram entregues à polícia e são analisadas.