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    ‘Foi inesperado e é muito revoltante’, diz vítima de racismo em banco na Paraíba

    Daniel não aparece no vídeo, mas foi para ele que os gritos foram direcionados - mesmo que a agressora não o ofendesse diretamente

    Giovanna Bronze, Pedro Teodoro, Carolina Figueiredo e Henrique Andrade, , Da CNN, em São Paulo

    “As pessoas ficaram revoltados com o acontecimento porque foi algo inesperado”, começa a relatar Daniel Lima, guia de turismo e bugueiro da Paraíba. Em depoimento exclusivo para a CNN, ele contou sobre o caso de racismo que sofreu em uma agência bancária e deu detalhes sobre o episódio que viralizou nas redes sociais.

    Nas imagens que foram compartilhadas por milhares de pessoas, uma mulher de 50 anos aparece dizendo que “odeia negros” pois eles são “ladrões” e “bandidos”. O caso ocorreu na última quinta-feira (15/10), em uma agência bancária do Banco do Brasil. 

    De acordo com a 1ª Delegacia Seccional de Polícia Civil de João Pessoa, ela foi conduzida à central de flagrantes de João Pessoa, e um boletim de ocorrência foi registrado. A delegada plantonista declarou flagrante pelo crime de injúria racial, e a acusada foi liberada após pagar fiança de R$ 350. 

    Para a CNN, a vítima disse que estava fazendo um depósito no banco em João Pessoa quando a mulher chamou um funcionário e perguntou “por que o Banco do Brasil fechou o contrato com essa raça negra”.

    “Quando ela falou ‘essa raça negra’, achei que ela estava falando do grupo musical”, contou Daniel. “Mas quando olhei para o encarte do Banco do Brasil, vi que [o comentário] era sobre pessoas de pele negra.”

     “Não entendi, é comigo?“, rebateu Daniel para a mulher. Ela então se exaltou: “Vocês negros são bandidos! Você é um negro ladrão!“.

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    Daniel Lima, guia de turismo e bugueiro da Paraíba, foi vítima de racismo em agê
    Daniel Lima, guia de turismo e bugueiro da Paraíba, foi vítima de racismo em agência bancária
    Foto: CNN Brasil (22.out.2020)

    O guia de turismo então chamou a polícia, deixou a agência e informou que os funcionários não deram qualquer suporte ou sugeriram que a mulher se retirasse. “Depois de um tempo, a polícia segurou essa senhora e fomos até a delegacia para fazer o procedimento autuado em flagrante”, conta Daniel.

    “É muito revoltante isso”, comenta ele. “Fico triste por ela, mas estamos fazendo todos os procedimentos legais para que ela possa pagar por isso judicialmente porque é um constrangimento muito forte. Não desejo isso para ninguém. E você, que se sente rejeitado, ainda mais que pessoas fazem injúrias raciais, procurem seus direitos.”

    Em nota, o Banco do Brasil afirmou lamentar o ocorrido e repudiar qualquer forma de preconceito. “O Banco do Brasil valoriza a diversidade entre seus funcionários e clientes”, diz.

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