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    Ficar calado era ato de omissão, diz vítima de homofobia que processou rede de farmácias

    À CNN Rádio, o publicitário Galileu Nogueira afirmou que entrou na Justiça para criar precedente positivo para pessoas LGBTQ

    Proposta de nova bandeira do Orgulho LGBTQIA+ inclusiva com pessoas trans e negras
    Proposta de nova bandeira do Orgulho LGBTQIA+ inclusiva com pessoas trans e negras Getty Images

    Amanda GarciaRafael Câmarada CNN

    Em São Paulo

    O publicitário Galileu Nogueira decidiu processar uma rede de farmácias após sofrer homofobia devido a cadastro realizado em São Paulo.

    Ele recebia normalmente e-mails e correspondências com informações, mas, depois de certo tempo, elas vieram endereçadas a “Gaylileu”. “No começo, achei que era erro de digitação, mas havia sido uma troca intencional para brincadeira de mau gosto entre os funcionários”, contou, em entrevista à CNN Rádio, no quadro CNN no Plural+.

    A partir disso, ele teve duas ações. Entrou em contato com o canal de ética da rede, que demorou três meses para responder. Ela admitiu que houve a troca, lamentou o ocorrido e disse que ações foram tomadas – sem especificar quais haviam sido.

    O retorno não foi o suficiente para Galileu, que decidiu entrar na Justiça após consultar um amigo advogado. Um ano e meio depois, ele foi indenizado no valor de 40 mil reais.

    “A gente sofre tanto preconceito na infância e adolescência, que uma simples alteração de nome parece trivial, que quis acreditar que foi erro de digitação, mas resolvi que ficar calado era um ato de omissão”, reforçou.

    Mesmo assim, ele disse que existia medo, já que ele passaria por processo de exposição. “Ter a sua sexualidade colocada como pauta é difícil, sua família está vendo, tudo isso seria uma implicação no processo, mas sabia que tinha que criar precedente para outros não ficarem calados, orientação sexual não pode ser piada.”

    Galileu acredita que os avanços contra a LGBTfobia seguem em ritmo lento. “Ainda vemos brincadeiras homofóbicas, é algo absurdo, a empresa precisa lucrar e não pode brincar com os clientes, um processo como esse vira assunto, acredito que só vai ter velocidade quando pessoas LGBT ocuparem espaços de decisão e liderança.”

    Para ajudar neste processo, o publicitário destinou o dinheiro ganho no processo para bolsas de estudo para pessoas LGBT no ramo de comunicação.