Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Fernandinho Beira-Mar: Veja quais são os crimes atribuídos ao narcotraficante condenado a mais de 300 anos de prisão

    Apontado como um dos líderes do Comando Vermelho, Beira-Mar iniciou a trajetória criminosa na década de 1990 no Rio de Janeiro

    Marcos Guedesda CNN

    São Paulo

    Transferido do presídio federal de Mossoró, Luiz Fernando da Costa, de 56 anos, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, é apontado como uma das principais lideranças da organização criminosa carioca Comando Vermelho e tem condenações por tráfico de drogas, homicídios entre outros crimes que acumulam mais de 300 anos de prisão.

    Beira-Mar ascendeu ao crime organizado como um dos principais nomes do Comando Vermelho depois de estabelecer uma vasta rede de distribuição de drogas no Rio de Janeiro e passar a controlar diversos pontos de venda nos morros cariocas no início da década de 1990.

    Condenado a 12 anos por tráfico de drogas, ainda no início dos anos 90, Beira-Mar permaneceu foragido até 1996, quando foi capturado em Belo Horizonte com quatro quilos de cocaína. Na ocasião, ele foi condenado a mais 12 anos de prisão por tráfico de drogas. Em 1997, ele conseguiu escapar da prisão em circuntâncias não esclarecidas.

    Dois anos mais tarde, em 1999, o narcotraficante, teria ordenado a morte de um homem por uma suposta relação amorosa com uma ex-amante dele. Em áudios atribuídos a Beira-Mar, a vítima que foi assassinada, relata que teria sido torturada e obrigada a engolir a própria orelha. Pelo crime, a Justiça condenou o narcotraficante a mais de 30 anos, por homicídio triplamente qualificado.

    Após passar seis anos foragido e vivendo no Paraguai, Uruguai, Bolívia e Colômbia, segundo documentos do Ministério Público Federal (MPF), Beira-Mar teria se relacionado com membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e se tornando um fornecedor de armas para o grupo guerrilheiro.

    Prisão internacional, condenações e transferências

    A liberdade do narcotraficante terminou em 2001, após a criação de uma Força-Tarefa que conseguiu capturá-lo em uma região de selva na Colômbia. Depois de preso, Beira-Mar negou relação com as Farc e disse que vivia como um camponês na região.

    Em 2002, Beira-Mar foi novamente condenado a mais 120 anos de prisão por supostamente ordenar a morte dos traficantes Ernaldo Pinto Medeiros (Uê), Carlos Alberto da Costa (Robertinho do Adeus), Wanderlei Soares (Orelha) e Elpídio Rodrigues Sabino (Pidi), que seriam de uma facção rival, durante rebelião no presídio Bangu 1.

    Considerado um dos presos mais perigosos do Brasil, o narcotraficante inaugurou o presídio de Catanduvas, em 2006, quando o modelo de segurança máxima sob gestão federal foi criado.

    Transferido no último sábado (2) para o mesmo presídio que inaugurou há quase 20 anos, Beira-Mar foi conduzido “com a finalidade de garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado”, segundo informou o MInistério da Justiça em nota (veja a íntegra abaixo).

    A pasta da Justiça nega que a transferência tenha relação com o primeiro registro de fuga em presídios federais, registrado em 14 de janeiro, quando os presidiários Deibson Cabral Nascimento (33) e Rogério da Silva Mendonça (35) escaparam da prisão. Quase três semanas depois da fuga, ambos ainda não foram capturados.

    Nota Ministério da Justiça e Segurança Pública

    Brasília, 04/03/2023 – A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), por intermédio da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal (DISPF), realizou, entre os dias 1º e 3 de março, o rodízio periódico de 23 presos entre as Penitenciárias Federais, com a finalidade de garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado. 

    Ressalta-se que o remanejamento de presos no âmbito do Sistema Penitenciário Federal é medida importante para seu perfeito funcionamento, pois visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos de segurança máxima, além de enfraquecer e dificultar vínculos nas regiões onde se encontram as Penitenciárias Federais.

    É importante salientar que a movimentação dos internos é parte da rotina das unidades e, por questões de segurança, a Senappen não informa a localização dos presos, nem detalhes dessas operações.