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    Família de rapaz morto em Fortaleza nega que tenha havido luta corporal com PM

    Taian Fé Nogueira da Costa, de 27 anos, foi baleado após uma abordagem da Polícia Militar, na madrugada do dia 12 de março; contra ele havia mandado de prisão em aberto por roubo

    Isabelle SalemeMaria Clara Alcântarada CNN

    A família de Taian Fé Nogueira da Costa, de 27 anos, alega que o jovem não entrou em luta corporal com policiais na Praia de Iracema, em Fortaleza, no Ceará. O rapaz foi baleado após uma abordagem da Polícia Militar, na madrugada do dia 12 de março. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O laudo do Instituto Médico Legal apontou o ferimento a bala no tórax como causa da morte. 

    Segundo depoimento da companheira de Taian, Raissa Monteiro, à Polícia Civil, o rapaz trabalhava em uma barraca na orla quando foi abordado por policiais militares, que realizavam um patrulhamento de rotina. Os PMs, então, verificaram que, contra ele, havia um mandado de prisão em aberto por roubo. Ainda de acordo com ela, Taian, então, correu em direção ao mar e, após cerca de 20 metros teria sido alcançado por um dos PMs, que sacou a arma e disparou à queima roupa contra a vítima. 

    Já os policiais envolvidos na ação disseram que, mesmo algemado, Taian entrou em luta corporal com os policiais, quando foi baleado.  

    “No próprio depoimento do policial, ele disse que abordou o Taian e ele foi algemado. Como é que alguém algemado, com as mãos para trás, vai entrar em luta corporal com o policial na praia? Não houve luta corporal! Taian já estava algemado e imobilizado por um agente do estado, que, por puro despreparo, efetuou um tiro em seu peito, tentou afogá-lo e depois disparou mais três vezes”, afirmou Walisson dos Reis, advogado da família da vítima.

    Walisson afirma, ainda, que segundo testemunhas Taian já foi levado morto ao hospital. “É importante destacar que neste caso o jovem já estava morto e com a desculpa de prestar socorro eles os polícias socorrem cadáver. Isso para dificultar a perícia de local de crime e, em consequência, a investigação”, disse o advogado.

    A Polícia Civil do estado instaurou inquérito para apurar homicídio em decorrência de oposição à intervenção policial e já intimou os PMs a prestarem depoimento. Eles devem ser ouvidos no próximo dia 01. 

    A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informa que instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar a morte de Taian. A ocorrência também está sendo investigada pela Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar (CPJM) da Polícia Militar, por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM).

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