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    Falsos nudes: estudantes de escolas particulares do Rio são alvo de operação policial

    Polícia Civil quer descobrir quem foram os autores das montagens e identificar os alunos que compartilharam o material

    Isabelle Salemeda CNN , Em São Paulo

    Alunos dos colégios Santo Agostinho e Eleva Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, tiveram celulares e computadores apreendidos na manhã desta segunda-feira (18) durante uma operação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nas residências dos estudantes. Os dispositivos eletrônicos serão periciados.

    De acordo com a Polícia Civil, as informações obtidas vão auxiliar nas investigações sobre a produção e divulgação de falsos nudes de alunas desses colégios. Segundo os investigadores, imagens das adolescentes nuas foram produzidas a partir de dispositivos de inteligência artificial. Para isso, foram usadas fotos reais das estudantes.

    Os suspeitos são todos meninos do 7° ao 9° ano do ensino fundamental. Pelo menos 20 vítimas já prestaram depoimento. O objetivo da polícia com a operação desta segunda é descobrir quem foram os autores das montagens e também identificar os alunos que compartilharam o material.

    “Esta ação de hoje comprova que a lei é para todos. A investigação continua para responsabilizar todos os envolvidos neste crime revoltante”, disse o delegado Marcus Vinícius Braga, responsável pelo caso, que está sob sigilo.

    A ação contou com o apoio de equipes de delegacias do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).

    Os 14 alunos do Colégio Santo Agostinho e dois da escola Eleva podem responder pelo artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente: “Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual”. Caso seja comprovada a participação dos suspeitos, eles podem pegar de um a três anos de reclusão e multa.

    Em nota, a Escola Eleva disse que colabora com a polícia e que trabalham arduamente para garantir que todos os procedimentos de proteção sejam seguidos e que os alunos e comunidade sejam apoiados.

    A CNN aguarda posicionamento do Colégio Santo Agostinho.

    Relembre o caso

    Em novembro deste ano, os pais de alunos da unidade Barra da Tijuca do Colégio Santo Agostinho receberam uma circular da direção da escola sobre o uso de ferramentas de inteligência artificial para criação de montagens de nudes de alunas do colégio. A Polícia Civil, então, foi acionada.

    No comunicado, o diretor da escola, Frei Nicolás Peralta, afirmou ainda que o colégio se coloca à disposição das famílias das alunas vítimas das montagens. O colégio disse também que tomaria medidas disciplinares cabíveis, em âmbito escolar, e que a escola atuou sempre de forma preventiva.

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