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    Faculdade vai investigar professor de medicina por ‘blackface’ durante a aula

    Caso repercutiu nas redes sociais

    Um professor de medicina será investigado por fazer “blackface” durante uma aula on-line. O ato, considerado racista, consiste na caracterização de personagens com estereótipos atribuídos a negros.

    Usando uma máscara preta, ele simula o que seria um paciente do SUS.”Eu não como estas comidas de fraco do SUS, não. Eu como comida de macho, está entendendo?”, disse, na aula, o professor Ronald Pallotta Filho, registrada na última terça-feira (6).

    Procurado, o médico se desculpou e disse que não era intenção ofender. “No que diz respeito à aula por mim ministrada, a qual é objeto de questionamento, jamais tive a intenção de desrespeitar quem quer que fosse em razão da raça, nível social ou por qualquer outra característica com utilização da máscara na representação que tentei fazer”. 

    “Em nenhuma hipótese tive a intenção de expor qualquer conteúdo de índole racista e sequer era familiarizado com o conceito de ‘blackface’, sobre o qual fui procurar me informar após a repercussão negativa”, continuou.

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    Professor de medicina ‘blackface’ durante aula online; faculdade investigará caso
    Foto: Reprodução/CNN

    A faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo afirmou que instaurou uma sindicância. “A instituição informa que repudia veementemente qualquer ação de cunho sexista, racista ou preconceituosa. Foi instaurada pela Direção da Faculdade uma Sindicância Interna para apuração dos fatos, que pode resultar, de acordo com o Regimento Interno da Faculdade, no afastamento do médico envolvido, disse.

    Nota do professor

    Agradeço a oportunidade e a possibilidade de contraditório.

    Antes de mais nada, gostaria de esclarecer todo o ocorrido, deixando claro desde já que, embora não tenha sido minha intenção, alguém interpretou minha conduta como ofensiva e por isso peço desculpas.

    Sou médico formando pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa desde 1989, professor e médico de diversos hospitais, inclusive públicos.

    No que diz respeito à aula por mim ministrada, a qual é objeto de questionamento, jamais tive a intenção de desrespeitar quem quer que fosse em razão da raça, nível social ou por qualquer outra característica com utilização da máscara na representação que tentei fazer. 

    A aula que estava sendo exposta aos alunos deveria ser presencial e prática, diretamente com pacientes; por este motivo devido as impossibilidades que nos impõe o momento atual me posicionei como ‘ator’ para melhor entendimento dos alunos, apenas tentando acrescer conteúdo pedagógico à explanação.

    Em nenhuma hipótese tive a intenção de expor qualquer conteúdo de índole racista e sequer era familiarizado com o conceito de “blackface”, sobre o qual fui procurar me informar após a repercussão negativa.

    Ao compreender o que isso representa hoje, me sinto constrangido, mas ao mesmo tempo reafirmo que jamais tive a intenção de ofender. Trata-se de inocente e infeliz escolha a colocação da máscara que poderia ser de qualquer cor utilizei a disponível.

    A utilização da máscara tinha por finalidade apenas demonstrar que se tratava de uma encenação, sem qualquer referência à raça do personagem que tentei no meu amadorismo representar.

    Tenho 30 anos de medicina, boa parte deles prestando atendimento aos menos favorecidos financeiramente e em situação de vulnerabilidade social em hospitais públicos, onde sempre escolhi exercer minha profissão por convicção sobre o papel do médico na vida das pessoas.

    Nunca medi esforços para dar o melhor atendimento que estava ao meu alcance, inclusive durante a pandemia do COVID 19. Peço que não me julguem baseados apenas neste triste episódio. Com a expectativa de q aceitem minhas desculpas me despeço subscrevo-me, Ronald Pallotta

    (Com informações de Julyanne Jucá. Edição: Leonardo Lellis)

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