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    Ex-patroa da mãe do menino Miguel é indiciada por abandono de incapaz

    Garoto de 5 anos caiu do nono andar de prédio de luxo em Recife quando estava sob os cuidados da patroa, Sarí Corte Real

    da CNN, em São Paulo

    Sarí Corte Real, ex-patroa da mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, foi indiciada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quarta-feira (1º) por abandono de incapaz.

    Um laudo da perícia criminalística fundamentou a decisão, apontando que Sarí apertou o botão do elevador da cobertura antes do fechamento da porta. 

    “Entendemos que a conduta de permitir o fechamento da porta que resultou na queda dramática da criança foi intencional, com o dolo de abandono de incapaz”, disse o delegado Ramon Teixeira, responsável pelo indiciamento.

    Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Sarí disse que o relatório da Polícia Civil “conflita com os elementos reunidos no Inquérito Policial”.

    No começo de junho, Miguel, de 5 anos, morreu após cair do nono andar de um prédio de luxo no bairro São José, em Recife. Ele estava sob os cuidados de Sarí enquanto a mãe do menino, Mirtes Renata Santana de Souza, passeava com os cachorros da patroa. 

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    Imagens da câmera do elevador mostram Sarí apertando o botão da cobertura e deixando o menino lá dentro. Ele aperta outros botões, entra e sai várias vezes, aparentando estar perdido. Por fim, ele desembarca e vai para uma área de ar-condicionado, de onde caiu de uma altura de cerca de 35 metros e morreu. 

    Durante o inquérito, que durou 30 dias, dois funcionários do prédio onde o acidente aconteceu prestaram depoimento e disseram que ouviram gritos do Miguel pela mãe momentos antes de cair do nono andar do edifício. Ele teria visto a mãe caminhando pela calçada com o cachorro da patroa. 

    Sarí é casada com o prefeito de Tamandaré (a 100 km de Recife), Sérgio Hacker Corte Real (PSB). Ela depôs em uma delegacia na região central da capital pernambucana nesta segunda-feira (29).

    Na segunda (29), Sarí foi autuada por homicídio culposo, sem intenção de matar. Ela pagou fiança de R$ 20 mil, no início do mês, e reponde em liberdade. Os advogados de defesa não quiseram se pronunciar. Sarí e o prefeito de Tamandaré também não.

    Em nota divulgada no início do mês, o casal informou que não falaria com a imprensa e que prestaria assistência à Mirtes, que negou ter recebido qualquer tipo de ajuda e alegou ainda estar com o salário atrasado.

    Agora, caberá ao Ministério Público decidir se denunciará Sarí Corte Real pelos crimes denunciados pela Polícia Civil. “O MP vai fazer a acusação na forma jurídica. Ele quem decidirá sobre a manutenção por homicídio culposo”, disse o delegado Teixeira.

    (Com informações de Daniel Motta, José Brito e Diego Barros, da CNN em São Paulo e Recife)

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