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    Estudo aponta que recuperação da aprendizagem no pós-pandemia é possível

    À CNN Rádio, a pesquisadora da UFRJ Mariane Koslinkski, uma das responsáveis pelo estudo, explicou as métricas do levantamento feito em Sobral

    Amanda Garciada CNN

    Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que a recuperação da aprendizagem pós-pandemia é possível, embora seja um desafio.

    O levantamento acompanhou o desenvolvimento de mais de 1300 crianças matriculadas na rede pública municipal de Sobral, no Ceará, e que frequentaram o segundo ano da pré-escola entre 2019 e 2022.

    À CNN Rádio, a pesquisadora e uma das responsáveis Mariane Koslinski afirmou que “compara o ritmo de desenvolvimento das crianças, em questões como nível socioeducacional e físico-motora” entre quem teve aulas presenciais e quem teve ensino remoto por mais tempo.

    Os resultados apontaram que “quem ficou mais tempo no ensino remoto, sem interação com professores e colegas, teve ritmo mais lento de aprendizado.”

    Este grupo de 2021 “foi o mais prejudicado, com um ano e meio no ensino remoto.”

    A segunda questão é particular de Sobral, onde, antes da pandemia, não havia desigualdades entre quem tinha nível socioeconômico mais alto e quem tinha mais baixo.

    “Em 2020 e 2021, não é o caso, houve diferença enorme de oportunidades e, em 2022, a gente recupera, mas ainda existe desigualdade.”

    O estudo longitudinal — que mede o que o aluno sabe no começo do ano e ao final — ao longo do tempo, comparando os grupos, mostra que “quando entram no último ano da educação infantil o ponto de partida é menor do que 2019”, justamente devido ao ensino remoto.

    No entanto, ao final, “os grupos estão mais próximos” em termos de aprendizado.

    Entre as possíveis causas está o Centro de Educação Infantil de Sobral, que promove desenvolvimento mais rápido.

    “Em 2022, Sobral ampliou esse programa e também implementou novo currículo de educação infantil, além da oferta de professores”, completou.

    Segundo a pesquisadora, a recomposição da aprendizagem “seguida de programas e políticas” pode alcançar os níveis pré-pandemia, mas “vai variar dependendo do município e quais as políticas e ações para mitigar.”

    “A gente precisa de boas políticas para alcançar objetivos e busca ativa de alunos que não retornaram às escolas”.

    *Com produção de Bruna Sales

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