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    Estudantes 40+, como a que sofreu chacota em SP, são pouco mais de 5% do total nas universidades do Brasil

    Dados são do “Mapa do Ensino Superior”, elaborado pelo Instituto Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil

    Lista de aprovados em universidade
    Lista de aprovados em universidade Marcello Casal Jr./Agência Brasil

    Bruno Laforéda CNN

    Em São Paulo

    Estudantes com 40 anos ou mais são minoria nas universidades brasileiras. Nos cursos presenciais, representam pouco mais de 5% do total de matriculados.

    Os dados mais recentes do “Mapa do Ensino Superior”, elaborado pelo Instituto Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, apontam que, em 2021, apenas 7,1% dos alunos de cursos presenciais de universidades privadas tinham 40 anos ou mais. Na rede pública, o percentual é ainda menor, de 4,7%.

    A pandemia não parece ter afetado o ingresso da população 40+ nas universidades. Em 2019, 6,7% dos estudantes que frequentavam universidades particulares estavam nessa faixa etária. Na rede pública, a proporção era de 5%.

    No ensino superior à distância, a população 40+ aparece um pouco mais representada na proporção de estudantes. Em 2021, eram 20,7% do total na rede privada e 27% no ensino público.

    De acordo com a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, o perfil dos estudantes universitários está em transformação e isso é muito positivo para a formação das pessoas. “Temos observado mudanças nas salas de aula. Há um perfil diverso em idades, raças, gêneros, classes sociais. Essa diversidade é muito rica para a universidade, porque o aluno não vai aprender só a matéria, mas aprende a enxergar a realidade social e a estar preparado para exercer a profissão de forma transformá-la”, afirma.

    Estudante ofendida em SP

    Recentemente, uma publicação de três estudantes do curso de Biomedicina de uma universidade particular de Bauru, no interior de São Paulo, debochando de uma colega de 40 anos, gerou indignação nas redes sociais.

    Nas imagens, uma das estudantes ironiza: “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Na sequência, outra jovem responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda mais uma colega.

    A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada pelo IBGE, mostra que, na verdade, brasileiros com 40 anos de idade estão longe de se aposentar. No último trimestre de 2022, 70% da população de 40 a 59 anos estava ocupada, atrás apenas da faixa etária dos 25 aos 39 anos, na qual 76% das pessoas exerciam uma ocupação no período analisado.

    Depois da repercussão do vídeo das estudantes, uma sobrinha da aluna de 40 anos se manifestou pelas redes sociais e disse que sua tia sempre teve o sonho de estudar e nunca teve a oportunidade, pois precisou trabalhar sem parar para ajudar a família. Ela também relata que a tia estava muito feliz e animada com o início das aulas.

    “O ensino superior presencial tem, aos poucos, recebido cada vez mais mulheres com mais idade, fora da faixa dos 17 aos 24 anos, mais comum nas universidades. A mulher, além de trabalhar, é comumente provedora, muitas vezes precisa cuidar da família, dos afazeres domésticos. Isso faz com que muitas protelem seus sonhos”, explica Lúcia Teixeira.

    A Unisagrado, universidade onde estudam as envolvidas no vídeo, manifestou publicamente seu apoio à estudante ofendida e disse que não compactua com nenhum tipo de discriminação.

    A CNN tenta contato com as jovens e ainda não obteve resposta.

    (com informações de Thais Magalhães, da CNN)