Estados e municípios afirmam não há atraso na aplicação de vacinas
Entidades dizem que há problemas no sistema de informação do Plano Nacional de Imunização e que isso dificulta a inclusão de informações das doses aplicadas
O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) divulgaram nota conjunta nesta quarta-feira (31), afirmando que não há atraso por parte dos municípios na aplicação de vacinas no Brasil.
O posicionamento foi divulgado após uma declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que questionou a defasagem entre o total de vacinas distribuídas aos estados, de 32 milhões de doses, e o total informado oficialmente como aplicado, de 18 milhões de doses.
Os conselhos que representam os gestores municipais e estaduais de saúde confirmam o número de doses distribuídas citado por Lira, mas afirmam que o problema está no sistema de informação do Plano Nacional de Imunização, que dificulta a inclusão de informações das doses aplicadas.
As entidades afirmam ainda que em municípios mais afastados dos grandes centros urbanos, onde a conectividade é mais lenta, o cadastramento é primeiro feito de forma manual e depois inserido no sistema informativo nacional. Por fim, citam ainda 3,7 milhões de doses que estão reservadas em estoques estaduais para aplicação de segundas doses.
As duas vacinas em distribuição hoje no país, a Coronavac e a vacina de Oxford, são imunizantes de duas doses. A primeira dose inicia a produção de uma resposta imune, mas o paciente é considerado imunizado após a segunda dose.
Nesta quarta-feira (31), a Anvisa aprovou o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, braço farmacêutico do grupo Johnson & Johnson, que é um imunizante contra a Covid-19 aplicado em dose única.
O governo conta com 38 milhões de doses da vacina da Janssen, mas o prazo final de entrega do imunizante é até dezembro de 2020.
Outra vacina que foi discutida durante a reunião da diretoria colegiada da agência foi a indiana Covaxin, que o Brasil adquiriu 20 milhões, para entrega nos meses de março, abril e maio.
Por 5 votos a 0, no entanto, a Anvisa decidiu negar a autorização pedida pelo Ministério da Saúde para a importação da Covaxin, que possui autorização de uso emergencial na Índia. Agora, a farmacêutica Bharat Biotech, desenvolvedora do imunizante, deverá apresentar novos documentos.
Ao todo, segundo apurou a CNN, o Brasil encerrou o mês de março com 9,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 a menos do que o Ministério da Saúde havia previsto. Além das primeiras 8 milhões de doses da Covaxin, o país não recebeu 1,9 milhão de doses do consórcio global Covax Facility.