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    Esposa de professor preso por engano em SP diz que marido foi vítima de racismo

    Claudia Gomes afirmou que marido ficou apavorado e chorou, sem entender o que estava acontecendo

    Clayton Ferreira Gomes dos Santos, professor de Educação Física
    Clayton Ferreira Gomes dos Santos, professor de Educação Física Divulgação/Arquivo Pessoal

    Matheus Meirellesda CNN

    A esposa do professor de educação física, preso em São Paulo por um sequestro que correu em Iguape, no litoral paulista, no momento em que ele trabalhava, atribuiu a prisão ao preconceito racial.

    “Algumas semanas atrás, um branco rico matou um trabalhador de Uber, pagou 500 mil de fiança e o juiz achou que ele é bonzinho, tem que responder em liberdade. E a família que paga aluguel, tem filho para sustentar, como fica?”, questionou a cuidadora Claudia Gomes, durante entrevista à CNN.

    Ela disse estar indignada com a prisão de Clayton Ferreira Gomes dos Santos, de 40 anos, na última terça-feira (16) em São Paulo. Eles estão juntos há 13 anos.

    Claudia contou que o marido recebeu uma notificação por correspondência, pedindo que ele fosse ao 26º distrito policial para esclarecimentos sobre um boletim de ocorrência aberto pela internet.

    Quando chegou à delegacia voluntariamente, teve a prisão anunciada. “Ele ficou apavorado. Falou que já colocaram ele em uma cela falando que ele fez um sequestro em Iguape, sendo que estava dando aula em São Paulo”, destacou Claudia.

    Clayton foi acusado de participar de um sequestro e do roubo de R$11 mil de uma idosa em Iguape, no litoral paulista, em 31 de outubro.

    No momento do crime, porém, ele estava dando aula na escola estadual Rubens do Amaral, na zona Sul da capital paulista, a 200 km de distância do local do sequestro.

    A esposa contou que o reconhecimento foi feito por meio de uma foto antiga. “A vítima reconheceu ele por uma foto antiga, careca, de óculos, sendo que ele está há mais de um ano de cabelo black”.

    Claudia ressaltou ainda que a acusação aponta que ele dirigia o carro no momento do sequestro, sendo que ele não tem Carteira Nacional de Habilitação. “Meu marido não dirige, não tem carta de habilitação, nós não temos carro, nunca fomos nessa cidade”, afirmou.

    Claudia disse que não vê a hora do marido ser solto. “O que eu mais quero é ver ele chegando em casa, podendo circular dentro da casa dele, comer o que ele gosta, assistir aos jornais de esporte que ele gosta”, disse a esposa.

    Ela teme problemas no trabalho e torce para que ele volte a trabalhar. Atualmente, Clayton atua na Escola Estadual Maria José, no Bexiga, região central de São Paulo. “Espero que o pessoal da escola entenda tudo isso, seja solícito com ele”.