Erupção de vulcão em Tonga provoca efeito de céu colorido em São Paulo
Meteorologistas da Climatempo também detectaram aerossóis da pluma vulcânica em imagens do Rio de Janeiro e Minas Gerais
No dia 15 de janeiro, um vulcão submarino perto de Tonga, na Oceania, teve uma erupção violenta, provocando um tsunami no país polinésio e enviando uma nuvem de cinzas e vapor de gases para o ar.
O episódio foi centenas de vezes mais poderoso que a bomba atômica de Hiroshima, de acordo com a Nasa.
Quase duas semanas após a intensa erupção, os efeitos da nuvem expelida para a atmosfera foram sentidos no Brasil.
De acordo com a Climatempo, durante o amanhecer do dia 26 de janeiro foi possível notar uma coloração diferente no céu da cidade de São Paulo.
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“Outras imagens vistas pela Climatempo na região do Rio De Janeiro, de Formiga (MG) e de Governador Valadares (MG) sugerem que os aerossóis produzidos pela explosão do vulcão de Tonga já estão presentes na alta atmosfera sobre estes estados”, informou a Climatempo.
À CNN, a meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorim, explicou que a pluma vulcânica que surgiu em Tonga chegou a cerca de 26km de altitude na estratosfera, e as correntes naturais da atmosfera nessa altura permitem que esse material se espalhe com facilidade.
Ela complementa que os gases de dióxido de enxofre lançados, ao atingirem a estratosfera, se transformam em partículas de aerossóis ou sulfato.
“É esse sulfato que interage com a luz solar. Aí nós começamos a ver essa coloração toda especial púrpura e alaranjada ao nascer do sol, mas que também pode ser observada no pôr do sol”, disse.
A meteorologista pontua que a chegada de uma frente fria no Sudeste vai formar áreas de instabilidade, com grande quantidade de nebulosidade. Isso vai dificultar a visibilidade do fenômeno provocado pela erupção de Tonga.
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“Quando essas áreas de instabilidade começarem a enfraquecer, nós vamos poder ver novamente essas colorações ao amanhecer e ao anoitecer”, concluiu Josélia.
Em entrevista cedida à Climatempo, a professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, Marcia Yamasoe, pontuou que não há risco de chuva ácida, apesar da instabilidade provocada pela frente fria.
Ela comenta que o material está muito acima das nuvens, o que descarta essa possibilidade. “Quando essa material começar a se depositar, vai estar dispersado por uma área tão grande que a quantidade de sulfato que eventualmente desça será em quantidade ínfima”, explica.