Entenda o que causou o maior desastre natural do RS nos últimos 40 anos
Passagem de ciclone já deixou 27 mortos no estado e mais uma vítima em Santa Catarina
As fortes chuvas provocadas pela passagem de um ciclone extratropical pela região Sul deixou, até o momento, 27 mortes no Rio Grande do Sul. O sistema causou ainda enchentes, destelhamento de casas, queda de árvores e quebra de pontes naquele que já é o maior desastre natural dos últimos 40 anos no estado.
O ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul em julho e deixou 16 vítimas ocupava o posto, conforme afirmou o governo gaúcho na época. O estado de Santa Catarina, que também foi atingido, registrou uma morte.
O sistema se formou na segunda-feira (4) no Sul do Brasil e provocou muita chuva, fortes rajadas de vento e até queda de granizo nos estados da região.
Alto volume de chuvas
Em entrevista à CNN, a meteorologista da Climatempo Maria Clara Sassaki contou que algumas cidades do Rio Grande do Sul registraram, apenas nessa primeira semana, toda a chuva prevista para o mês de setembro.
“Essa grande quantidade de chuva mantém o alerta ao longo dos próximos dias, mesmo que o tempo esteja mais firme, porque a água demora ainda para escoar. Os rios acabam extravasando, provocando novas enchentes, novos deslizamentos”, explicou.
Segunda maior enchente da história do Rio Taquari
Essa é a segunda maior enchente da história do Rio Taquari, que alcançou 29,62 metros. A maior cheia já registrada aconteceu em 1941, quando o rio chegou a 29,92 metros.
Segundo o último boletim da Defesa Civil Municipal de Lajeado, o nível da água começou a baixar na terça-feira, por volta das 16h, mas ainda segue no estado de inundação.
A última medição, feita às 5h, apontou 26,58 metros. A Defesa Civil Estadual do RS manteve o alerta para inundação do Rio Taquari ativo até as 13h desta quarta.
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Ciclones estão mais frequentes?
A frequência de formação dos ciclones extratropicais não está acima do normal, conforme explicou a meteorologia Maria Clara Sassaki em entrevista à CNN. Segundo a especialistas, o que mudou foi a intensidade dos sistemas.
“As águas dos oceanos estão mais quentes do que o normal e isso aumenta a intensidade dos ciclones extratropicais, por isso a gente tem chamado a atenção para esses sistemas que vem com rajadas de vento acima do normal, tempestades muito próximas umas das outras. A água mais quente serve de combustível para que essas áreas de baixa pressão ganhem intensidade”, explicou.
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