Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ensino à distância contribui para perda de qualidade da educação, diz professora

    À CNN Rádio, a professora Ângela Soligo avaliou o dado de que 52% dos estudantes inscritos no Enade fazem cursos à distância como sinal de precarização do ensino

    Cerca de 3,5 milhões de pessoas estão matriculadas em cursos superiores no foramto EaD no Brasil, segundo associação do setor
    Cerca de 3,5 milhões de pessoas estão matriculadas em cursos superiores no foramto EaD no Brasil, segundo associação do setor Álvaro Henrique/Secretaria de Educação do DF

    Bruna Salesda CNN

    Os dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021, divulgados pelo Ministério da Educação na última terça-feira (13), evidenciam a disparidade da qualidade entre a educação presencial e a à distância (EAD).

    A avaliação é da professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Ângela Soligo.

    Em entrevista à CNN Rádio, ela afirma que, embora mais pessoas estejam estudando à distância, o desempenho acadêmico desta modalidade de ensino é inferior.

    “No ensino presencial, o número de vagas que se pode ofertar é limitado, porque depende-se de infraestrutura. O EAD amplia a quantidade de vagas disponíveis, mas perde em qualidade”, diz.

    Ângela Soligo argumenta que “estamos vendo ao longo dos últimos anos a precarização em geral do Ensino Superior no Brasil, de uma forma muito forte. Esse movimento também vem pela via do EAD.”

    Para ela, essa posição não é uma questão de posicionamento pessoal: “Os dados são consolidados por pesquisas.”

    “A gente precisa se preocupar, e falar sobre isso seriamente, para não deixar que a formação da nossa juventude, e dos nossos profissionais, seja precarizada e destruída.”

     

     

    Um dos indicadores de qualidade do exame é o Conceito Enade, que dá notas de 1 a 5 por curso de graduação, sendo 5 a maior nota.

    Segundo dados da última avaliação, a maioria dos cursos (39,7%) teve nota 3.

    Nos cursos de educação à distância, 41,6% dos cursos tiveram nota 2.

    De acordo com Ângela Soligo, a diferença entre os resultados das duas modalidades envolve múltiplos fatores, mas o principal é o formato.

    “Presencialmente, os professores estão em contato com o aluno o tempo inteiro, na sala de aula e fora dela. À distância, não há interação porque as aulas são gravadas, fazendo com que as atividades não sejam síncronas”, aponta.

    A atividade síncrona é a aula ao vivo, que “permite que o aluno tire dúvidas na hora, garantindo comunicação entre os estudantes”, segundo a professora.

    Já a assíncrona é a aula gravada, a mais recorrente na modalidade de ensino à distância.