Enfermeiros dormem no chão de hospital de campanha do Maracanã
Profissionais relataram que foram orientados a dormir em mesas ou em colchonetes jogados no chão; empresa diz que problema foi 'contornado'
Segundo o Ministério Público Federal, a situação de calamidade provococada pelo coronavírus foi entendida como uma oportunidade para a realização de contratos sem licitaçao e feitos em caratér emergencial entre empresas e o poder público. Cinco pessoas foram presas, entre elas o megaempresário Mário Peixoto e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo.
O MPF ainda apura qual a relação entre Peixoto e a organização social Iabas, escolhida para gerir os hospitais de campanha no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, operadores de Peixoto tinham acesso a documentos e trocaram informações sobre compras para os hospitais de campanha.
A organização social Iabas foi a escolhida para gerir sete unidades. Até agora apenas a unidade do Maracanã foi parcialmente inaugurada. A Secretaria Estadual de Saúde havia anunciado que as unidades seriam inauguradas até o dia 30 de abril. Apenas ontem o secretário de Saúde Edmar Santos encaminhou um ofício urgente para que a Iabas diga quando as outras unidades de saúde serão inauguradas.
Sobre a situação dos enfermeiros no hospital de campanha do Maracanã, a Secretaria de Saúde classificou o fato como “inadmissível” e que irá “notificar” a Iabas. Já a empresa informou à CNN que a cena que aparece nas imagens “não se repetirá”, que se trata de “um problema pontual já contornado”, ocorrido durante um treinamento nas obras do novo pavilhão do hospital de campanha, que ainda será inaugurado. Sobre as investigações do MPF e da PF, a organização social informou que não é alvo da operação de hoje, mas que está à disposição para esclarecimentos.
A defesa de Mário Peixoto disse que sua prisão era desnecessária e pediu à Justiça que ele fique detido em casa.
“A prisão decretada em desfavor de Mário Peixoto e seu filho surpreende pela total ausência de necessidade efetiva de tal medida, em um momento grave de pandemia. Fatos que seriam passíveis, no máximo, de investigação policial, serviram de base para uma custódia provisória, não advinda de uma condenação criminal, eis que sequer existe denúncia formal apresentada pelo Ministério Público”, disse o advogado Alexandre Lopes.