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    Em mensagens, avó de Henry diz a Monique Medeiros que ela era boa mãe

    Polícia espera laudos de celulares para fechar o inquérito da morte da criança

    O menino Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros; polícia investiga ela e padrasto, o deputado Dr. Jairinho, pela morte da criança
    O menino Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros; polícia investiga ela e padrasto, o deputado Dr. Jairinho, pela morte da criança Foto: Reprodução/CNN Brasil

    Isabelle Saleme, da CNN, no Rio de Janeiro

    A polícia teve acesso à troca de mensagens entre Monique Medeiros e os pais dela. O conteúdo estava disponível no celular da professora e consta no inquérito policial que apura a morte de Henry Borel, de quatro anos. Nos aparelhos apreendidos com a mãe da criança e com Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, foram encontradas conversas deles com familiares, entre os dias 13 e 24 de março, ou seja, já após a morte do menino.

    Em algumas das mensagens à Monique, a mãe dela, Rosângela Medeiros, conforta a filha, dizendo que a professora uma “boa mãe”. Dois dias após a morte de Henry, Rosângela escreve sobre Henry: 

    Ninguém o amava mais que você. E eu lhe digo, ninguém a ama mais que eu. Quero estar com você. Não me deixe estar longe de você. Eu lhe peço. Vamos juntas despedir do Henry

    Rosângela Medeiros, mãe de Monique, em mensagens à filha

     

    No dia 16, um dia antes do depoimento na delegacia da Barra da Tijuca, que investiga o caso, Monique conta para a mãe dela que estava indo novamente ao advogado, na época, o mesmo de Jairinho, André França Barreto.

    Ela segue relatando “foram 7 horas direto de interrogatório ontem (…) fazendo um possível inquérito. Hoje será de novo. E amanhã de novo. Que Deus me ajude”. Rosângela responde “isso tudo vai passar. Tem que passar.” A conversa segue e a avó de Henry fala “foi o que eu lhe disse: em coisas que nós mães não conseguimos evitar que o filho passe. Estou em oração por você e Deus escuta nossas orações”. Monique, então, agradece.

    De acordo com o segundo depoimento à Polícia Civil, a babá da criança, Thayná de Oliveira, contou que a avó materna sabia que o menino tinha sido agredido por Jairinho.

    Segundo a Polícia Civil, para conclusão do inquérito policial, que deve pedir o indiciamento de Monique e do namorado por homicídio duplamente qualificado, faltam alguns laudos. Os investigadores querem ter acesso ao conteúdo de outros dois celulares, que foram apreendidos no dia da prisão do casal, um mês após a morte da criança. A prisão temporária de Jairinho e Monique vence no dia 7 de maio.

    A defesa de Monique segue tentando que a cliente seja ouvida novamente para mudar o depoimento prestado à polícia. Aos investigadores, ela disse que Jairinho jamais faria nada contra a criança. Numa nova versão, a defesa de Monique afirma que a professora foi coagida e treinada por Jairinho para mentir para a polícia.

    Segundo o advogado Thiago Minagé, a mãe do menino continua escrevendo uma carta em que relata tudo que aconteceu no período em que ela e Henry moravam com Jairinho, em um apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A defesa disse à CNN que existe uma expectativa de que o relato seja sobre a noite em que Henry morreu. A primeira parte carta, que tem 29 páginas e foi divulgada à imprensa, termina no momento em que o casal chega hospital com a criança já sem vida.