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    Em mensagem, mãe de Henry diz que filho ficava com medo ao ver Jairinho

    Após as agressões de 12 de fevereiro, Monique Medeiros enviou mensagens à pediatra; criança chegou a ser atendida em outro hospital semanas antes de morrer

    Thayana Araujo e Elis Barreto, da CNN, no Rio de Janeiro

     A CNN obteve o conteúdo de uma troca de mensagens entre Monique Medeiros e uma prima pediatra sobre o filho Henry Borel, que morreu em 8 de março. O material consta nos anexos do inquérito policial que apura a morte do menino.

    A conversa, segundo os investigadores, aconteceu seis dias após a mãe de Henry ser informada pela babá de que o menino sofria agressões do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido). 

    Monique conversou com a prima pediatra às 16h53 do dia 18 de fevereiro. Ela relatou que Henry chegava a “tremer e vomitar” quando via Jairinho. “Diz que está com sono, que quer dormir e não olha pra ele”, relatou.

    “Henry está com medo excessivo de tud

    o, tem um medo intenso de perder os avós, está tendo um sofrimento significativo e prejuízos importantes nas relações sociais, influenciando no rendimento escolar e na dinâmica familiar. Disse até que queria que eu fosse para o céu para morar com meus pais, em Bangu”, revelou Monique em mensagens.

    O material foi recuperado pela Polícia Civil no celular da professora e está anexado ao inquérito que apura a morte do menino.

    Segundo as investigações, o alerta de que o menino sofria possíveis agressões foi dado em tempo real pela babá de Henry, Thayná de Oliveira Ferreira, na tarde de 12 de fevereiro.

    No dia seguinte, 13 de fevereiro, Monique levou Henry a um hospital em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Na unidade, a mãe de Henry, segundo a os investigadores, relatou que a criança estava mancando e com dores, pois tinha “caído da cama”. Ainda segundo a polícia, uma radiografia não mostrou dano à estrutura óssea. 

    Henry Borel, de 4 anos, morreu em 8 de março
    Henry Borel, de 4 anos, morreu em 8 de março; padrasto e mãe falam em acidente, mas polícia investiga agressão
    Foto: Reprodução/Instagram

    No inquérito que apura a morte de Henry, Monique também alegou que o filho poderia ter caído da cama pouco antes de ser levado sem vida para um hospital na Barra.

    A CNN questionou a defesa sobre as mensagens de Monique sobre as supostas agressões de Jairinho ao enteado e sobre o atendimento médico a Henry semanas antes dele morrer.

    O advogado André França informou que não teve acesso a nenhum conteúdo, foto, print de conversas de Monique sobre as agressões que o filho sofria. Sobre o atendimento médico semanas antes, a CNN ainda aguarda um posicionamento.          

    A babá de Henry, é aguardada nesta segunda-feira (12) para prestar novo depoimento na 16º DP da Barra da Tijuca. O primeiro depoimento aconteceu um dia após a morte de Henry, no dia (9) de março.

    Em seu relato anterior, a polícia afirma que a babá omitiu agressões de Dr. Jairinho e, por conta disso, é investigada pelo Polícia Civil por falso testemunho. Ela afirmou que não teria percebido qualquer fato estranho durante o tempo que cuidou do menino.

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