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    Em entrevista, sobrinha diz ter tomado Zolpidem no dia que levou tio morto ao banco

    Erika virou ré por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver

    Duda Cambraiada CNN

    Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, que levou o tio Paulo Roberto Braga, de 68 anos, para sacar um empréstimo quando o idoso já estava morto, disse que tomou Zolpidem, um medicamento de efeito hipnótico, no dia do ocorrido. A declaração foi exibida em uma entrevista no Fantástico, da TV Globo, neste domingo (5).

    Segundo a mulher, ela sempre tomava o remédio por fazer tratamento, mas “às vezes tomava mais do que devia”. Erika disse não se lembrar muito bem da tarde daquela terça-feira (16) justamente por está sob efeito de medicação.

    A sobrinha afirma que tinha uma relação ótima com o tio. “Ele era independente, andava, fazia o que queria e tinha a mente boa. Ele não era cadeirante e eu não era cuidadora dele”, afirma.

    Durante toda a entrevista, Erika afirma que não percebeu que o tio estava morto. “Não, eu não consigo perceber isso. Nem eu e nem muita gente percebeu que ele faleceu. Eu não percebi, só quando o rapaz do SAMU falou”, relata a sobrinha.

    Aos prantos, Erika reforça: “eu não percebi que meu tio tava morto, eu não vi, eu não vi, gente! Eu não sabia. Ele tava vivo, ele segurou a porta do carro. Ele tava vivo. Eu não sou a pessoa que eles estão falando que eu sou. Eu não sou esse monstro”.

    Erika ainda conta que o tio nunca tinha pedido empréstimo antes e que ele não tinha emprego fixo. “Ele capinava um quintal, esses negócios assim, mas ele não tinha renda”, explica.

    Segundo a sobrinha, nem ela e nem a família precisavam do dinheiro do empréstimo, que seria usado para reformar a garagem feita de quarto para o idoso. “Ele que queria para construir ali. Nós sempre vivemos sem meu tio ter renda”.

    Denúncia do MPRJ:

    Na última terça-feira (30), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou a mulher que tentou sacar um empréstimo usando o corpo de seu tio já falecido em uma agência bancária de Bangu, na zona oeste do Rio.

    Érika de Souza Vieira foi denunciada por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver. Ela deixou o Instituto Penal Djanira Dolores de Oliveira, de Bangu, no Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (2).

    Os crimes, segundo a denúncia, aconteceram quando a mulher tentou realizar um saque de R$ 17.975,38 que, embora contratado anteriormente pelo idoso Paulo Roberto Braga enquanto este estava vivo, tornou-se indevido após sua morte.

    A Promotoria destacou à Justiça o comportamento da denunciada, alegando que ela demonstrou “desprezo e desrespeito” ao levar o cadáver do idoso à agência bancária para tentar realizar um saque.

    Relembre o caso:

    Na tarde de 16 de abril, Érika de Souza Vieira, sobrinha de Tio Paulo, levou o idoso morto para tentar sacar um empréstimo no valor de R$ 17 mil.

    Enquanto ela negocia o empréstimo, o homem permanece imóvel durante todo o tempo. Funcionários do banco estranharam a situação e começaram a filmar.

    Para fazer o empréstimo, Paulo deveria assinar um documento, o que não foi possível, já que ele estava morto. Mesmo assim, Erika insiste: “Tio Paulo, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, tem que ser o senhor. O que eu posso fazer, eu faço”.

    Mesmo sem o idoso mover um dedo, a suposta sobrinha continua conversando com o morto, enquanto tenta fazer a mão do cadáver pegar a caneta: “Tipo igual o documento aqui, ó. Paulo Roberto Braga. O senhor segura, o senhor segura forte pra caramba a cadeira aí”.

    Ao ver que estava difícil fazer a mão do tio pegar a caneta, a sobrinha pergunta para as atendentes: “Ele não segurou ali a porta?”. Duas vozes femininas respondem que não viram ele segurar.

    “Segura, tio. Assina para não me dar mais dor de cabeça, ter que ir no cartório. Não aguento mais”, continua Erika.

    Nesse momento, as duas atendentes começam a intervir, “ele não tá bem, não”. É quando uma mosca pousa no nariz do homem. Erika começa a perguntar ao cadáver: “Tá sentindo alguma coisa? Mas ele não diz nada!”. As atendentes repetem que o homem não aparenta estar bem, “a corzinha não tá ficando…”. Erika rebate falando que o tio é assim mesmo.

    A sobrinha finaliza o vídeo perguntando ao tio morto: “Se o senhor não ficar bem, vou te levar para o hospital. Quer ir para UPA de novo?”.

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