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    Drones, cães farejadores e escavadeiras: as estratégias nas buscas em Petrópolis

    Mais de 500 bombeiros procuram por 69 vítimas da tragédia

    Beatriz PuenteIsabelle Salemeda CNN

    no Rio e Janeiro

    Mais de 500 militares do estado do Rio de Janeiro e 130 de outros estados seguem trabalhando 24 horas por dia, em busca das mais de 69 pessoas desaparecidas em Petrópolis.

    Desde a última terça-feira (15), foram registradas centenas de ocorrências no município, sendo mais de 1.300 por deslizamentos de terra. Além da corporação do Rio, bombeiros de outros 18 estados e Distrito Federal enviaram equipes para auxiliar as buscas.

    Com a ajuda de drones, é possível fazer o mapeamento da área. Os equipamentos fazem imagens de qualidade altíssima, a uma altura de até três quilômetros.

    O material feito pelas aeronaves não tripuladas ajuda a comparar o cenário atual das estruturas geológicas com imagens de satélite de antes do desastre.

    Nas ações noturnas, os profissionais usam equipamentos como balão de iluminação gerador, unidade rebocável de iluminação, refletores, headlamp e lanternas comuns. O protocolo exige, ainda, a presença de militares com apitos para casos de novos desmoronamentos.

    As equipes só param de atuar nas áreas afetadas quando há risco de um novo deslizamento, geralmente, quando a chuva volta à cidade de Petrópolis.

    Além disso, um bombeiro fica o tempo todo observando o talude e a qualquer movimentação do solo, avisa a equipe para deixar o local.

    Além disso, há as equipes com cães farejadores. Ao todo, 57 animais estão se revezando nas buscas, sendo dez da corporação do Rio de Janeiro e os demais de diversos estados brasileiros, além do Distrito Federal.

    Em entrevista à CNN, o chefe de operações do canil da corporação de bombeiros do Rio de Janeiro, William Pellerano, explicou a importância da atuação dos cães em tragédias como essa.

    “Num primeiro momento, os bombeiros usam ferramentas para furar o terreno, permitindo que o odor saia. Isso facilita o faro dos cães. Depois os animais fazem uma varredura, identificando pontos onde possivelmente há vítimas e descartando locais onde elas não estão. Cada cão vem acompanhando do próprio condutor, que treinou animal desde pequeno.”, destacou, Pellerano.

    A maioria dos animais que compõe a equipe são experientes em grandes desastres e chegaram a atuar na tragédia de Brumadinho, em janeiro de 2019.

    “O trabalho dos cães corresponde ao de pelo menos 20 bombeiros, uma vez que eles têm uma capacidade de olfato 40 vezes maior que a humana, além de ter melhor audição também. Aliado a isso tem a vontade do cão de procurar. Eles são treinados desde filhotes a farejar o odor humano e por isso acreditam que é uma brincadeira.”, enfatizou o bombeiro.

    Pelo menos oito pontos da cidade contam com maquinários específicos e veículos para retirada de escombros. São 45 retroescavadeiras, oito escavadeiras hidráulicas, 48 caminhões e 37 picapes. Todos os equipamentos foram cedidos pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.

    Até agora, 24 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros pelos Bombeiros e integrantes da Defesa Civil. A Coordenadoria Municipal de Bem-Estar Animal (Cobea), prefeitura do Rio, voluntários e ongs de apoio à causa animal resgataram mais de 400 animais.