Doses da Coronavac devem ter maior intervalo, projeta Natalia Pasternak
Pesquisa indica maior eficácia do imunizante com um maior intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose
A microbiologista Natalia Pasternak comentou os resultados que indicam a maior eficácia da Coronavac com um maior intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose. A vacina tem eficácia primária de 50,7% — chegando a 62,3% com intervalos maiores entre as doses — e proteção contra todas as variantes.
“O espaçamento maior entre doses de 28 dias aumenta a eficácia da vacina, de 50% para 60% aproximadamente. Isso já era esperado pela comunidade científica, porém usaram inicialmente o prazo de 14 dias para acelerar os estudos”, comentou Pasternak. “Deve haver mudança de diretriz para o espaçamento entre a primeira e segunda dose. Isso nao quer dizer que não vamos precisar da segunda dose”, acrescentou.
A microbiologista também afirmou que o momento não é de flexibilização das regras de distanciamento social, como ocorre no Rio de Janeiro. “Não devemos flexibilizar no momento. Uma quarentena mal feita é pior que uma quarentena forte no começo. Como não tivemos coragem de implementar quarentena rígida, as pessoas ficam mais cansadas, então a adesão fica mais difícil,” disse a cientista.
“Um lockdown bem feito precisa de um bom planejamento e seria mais efetivo se viesse do governo federal. Mas enquanto defendem o anti-lockdown como política de estado, vamos continuar nessa quarentena meia boca e isso desacredita o mérito da medida.”