Doria diz que São Paulo não vai cumprir decreto que reabre academias e salões
Na segunda-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou um decreto que incluiu academias e salões de beleza na lista de atividades essenciais
Em entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (13), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que ainda não é possível aprovar a reabertura de academias, barbearias e salões de beleza no estado — ao contrário do que prevê um decreto federal editado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Ainda não temos condições sanitárias seguras para permitir a reabertura neste momento. Graças à quarentena, 25 mil vidas foram salvas em São Paulo”, afirmou o governador.
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, alertou para o risco de contaminação. “É importante considerar que a transmissão se dá por secreções respiratórias, gotículas eliminadas e por autoinoculação”, que acontece no momento em que a pessoa entra em contato com a superfície contaminada e coloca a mão no olho, rosto ou boca, por exemplo.
“Na academia, as secreções são abundantes. Além disso, quem faz exercício com máscara? Aquela máscara fica úmida”, diz. Dimas também explicou que a higienização nas academias, por exemplo, teria de ser feita a cada uso.
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Decreto presidencial
Na segunda-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou um decreto que incluiu academias, salões de beleza e barbearias na lista de atividades essenciais. Pela decisão do governo federal, os estabelecimentos podem funcionar durante a pandemia do novo coronavírus, contanto que sigam as recomendações do Ministério da Saúde.
Embora o governo federal tenha a prerrogativa de estabelecer essa lista, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu aos estados e municípios autonomia para decidir quais serviços podem funcionar em suas localidades durante o cumprimento da quarentena.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-SP), São Paulo registrou 3.378 novos casos da doença nas últimas 24h, totalizando 51.097 no estado. O número de mortes chegou a 4.118.