Distanciamento tem efeito colateral muito grave, diz Eduardo Leite
De acordo com o Ministério da Saúde, estado tem 49.840 casos confirmados e 1.349 mortes causadas pela Covid-19; Porto Alegre bateu recorde de ocupação de UTIs
O governador do Rio Grande do Sul (PSDB), Eduardo Leite, afirmou à CNN, nesta quarta-feira (22), que não considera ter subestimado os efeitos do novo coronavírus no estado e defendeu o sistema de bandeiras, que foi adotado pelo estado ainda no começo da pandemia, mas fez críticas a uma imposição do distanciamento social.
“O sistema de bandeiras nos permitiu ficar 60 dias sem restrições desnecessárias. Por exemplo, ao final de abril, todo o mês de maio e a metade de junho, nós tivemos, a partir desse sistema, a possibilidade do funcionamento do comércio e uma série de outras atividades, como restaurantes, bares, podendo funcionar com protocolos e algumas restrições, porque os indicadores que eram analisados nos diziam que não estávamos observando o ritmo de contágio além”, argumentou ele.
Leite disse que o mesmo método também indicou que restrições mais rígidas seriam necessárias. “Agora se faz necessário fazer restrições, que é o que o próprio sistema de bandeiras está demonstrando”, pontuou.
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De acordo com o Ministério da Saúde, o estado tem 49.840 casos confirmados e 1.349 mortes causadas pela Covid-19. Nesta semana, a capital Porto Alegre bateu recorde de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O tucano afirmou que valeu a pena o estado ficar sem as restrições que ele classificou como desnecessárias. “Porque você tem que ter clareza que só podemos usar a restrição quando se verifica necessário. Você não vai usar um medicamento que tem um efeito colateral gravíssimo se não tiver a doença. O distanciamento impõe um efeito colateral muito grave, que é o da economia, do emprego e renda das pessoas”, explicou.
Leite assumiu que o estado está em um momento mais crítico da pandemia, mas comparou a situação com outras regiões do país e disse que o RS tem o menor número de casos proporcional à população – cerca de 420 casos para cada 100 mil habitantes, segundo ele. “Outros estados passam de mil ou dois mil casos por 100 mil habitantes. Ou seja, temos uma situação mais difícil quando comparamos o RS com o próprio RS”, concluiu.
(Edição: Leonardo Lellis)