Desmatamento na Mata Atlântica cai 59% entre janeiro e agosto de 2023
Queda foi observada em todos os 15 estados que compõem o bioma; dados são do Sistema de Alertas de Desmatamento Mata Atlântica
O desmatamento na região da Mata Atlântica brasileira registrou queda de 59% nos primeiros oito meses de 2023, segundo dados do novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, divulgado nesta quarta-feira (29).
Em todo o país, a área desmatada entre janeiro e agosto deste ano foi de 9.216 hectares. No mesmo período do ano passado foram 22.240 hectares. De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas — instituições que coordenam a plataforma — o desmatamento já vem em uma tendência de queda desde o começo do ano. Até maio, a redução era de 42%.
Há, no entanto, uma ressalva em relação à área de abrangência do estudo: os dados do SAD levam em conta apenas os limites do bioma Mata Atlântica estabelecidos pelo IBGE em 2019. Na área de aplicação da Lei da Mata Atlântica, promulgada em 2006, que inclui encraves na Caatinga e no Cerrado, a diminuição foi de 26% no mesmo período.
Se ao longo deste ano o desmatamento tem caído dentro do limite estipulado pelo IBGE, nos encraves florestais dentro do Cerrado e da Caatinga a situação é outra. Entre janeiro e maio de 2023, as derrubadas nesses dois biomas aumentaram, respectivamente, em 13% e 123%.
Para Luís Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da SOS Mata Atlântica, esses dados demandam uma ação contundente do poder público.
“A situação na fronteira do bioma com a Caatinga e o Cerrado é preocupante. E isso interfere nos encraves, mesmo que também sejam protegidos pela Lei da Mata Atlântica. Precisamos mudar esse cenário com urgência”, afirma.
Ainda de acordo com a plataforma, houve queda no desmatamento em todos os 15 estados que compõem a Mata Atlântica segundo a delimitação do IBGE. Há destaque para Paraná e Santa Catarina que, historicamente, registram alto índice de derrubadas. Nesses dois estados a diminuição foi de, respectivamente, 64% e 66%.