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    Desmatamento na Amazônia atinge maior saldo da série histórica em maio

    De acordo com a pesquisa do Imazon o desmatamento da Amazônia no mês de maio equivale a quase o tamanho da cidade do RJ

    Iuri Corsini, da CNN, no Rio de Janeiro

    O desmatamento na Amazônia segue em níveis alarmantes e em ritmo acelerado como indica o Boletim do Desmatamento, divulgado nesta quarta-feira (16) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O mês de maio apresentou maior saldo da série histórica para o mês dos últimos 10 anos. Foi o terceiro mês consecutivo de recorde de deflorestamento.

    A área desmatada em maio deste ano chegou a 1.125 km², o que corresponde a quase o tamanho do município do Rio de Janeiro (1.255,3 km²). Na comparação com maio de 2020, o desmatamento aumentou 70% na Amazônia.

    Os estados onde mais houve desmatamento, segundo o estudo foram o Pará, Amazonas e o Mato Grosso, respectivamente, responsáveis por mais de 60% do desmatamento total detectado. Depois aparecem os estados de Rondônia, Acre, Maranhão e Roraima.

    Segundo o levantamento, quando se analisa o desmatamento por categoria do território, 66% da perda ocorreu em áreas privadas ou sob outros estágios de posse, 17% em assentamentos, 15% em unidades de conservação e 2% em terras indígenas.

    De acordo com o professor Renato Campello Cordeiro, mestre em geociências, o Brasil, a Amazônia acumula cerca de 200 bilhões de toneladas de carbono em sua biomassa e a mesma proporção nas áreas inundadas. Isso corresponde a aproximadamente 25% de todo o carbono presente na atmosfera. A sua manutenção incide diretamente em questões como a manutenção dos fluxos de umidade para o Centro Oeste e Sudeste.

    Ainda segundo o professor Campello, o Brasil não está se mobilizando adequadamente para um problema grave com consequência sobre a Agricultura e a geração de Energia.

    “Nossos reservatórios no Sudeste estão secando. E por quê? A floresta recarrega a atmosfera de umidade através dos fenômenos da Evapotranspiração. Menos floresta significa menos evapotranspiração e, consequentemente, menos transporte de umidade para regiões adjacentes e menos precipitações”, alertou Campello.

    O Boletim também divulgou o índice de degradação da floresta Amazônica, que chegou, em maio, a 39 km². Isso representa um aumento de 144% em relação a maio do ano passado, quando a área degradada foi de 16 km².

    “O Imazon classifica o desmatamento como o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas de pasto. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira”, informa o Boletim.

    O Imazon utiliza o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido por eles, que é uma ferramenta que utiliza imagens de satélites para fazer o monitoramento das florestas. Além disso, são utilizadas outras plataformas como o Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o GLAD, desenvolvido pela Universidade de Maryland.

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