Desaparecimento de garotos no ES após tiroteio completa uma semana sem linha de investigação definida
Procura por Carlos Henrique, Kauã Loureiro e Wellington Gomes conta com mobilização das forças de segurança do estado
Sem informações, familiares dos três garotos desaparecidos após um tiroteio no Espírito Santo têm preocupação com o que pode ter acontecido.
Há uma semana, em 18 de agosto, Carlos Henrique (15 anos), Kauã Loureiro (15 anos) e Wellington Gomes (14 anos), foram vistos pela última vez em Sooretama. Eles desapareceram após um tiroteio na vizinhança do bairro onde moram.
Desde então, é realizada uma operação de busca pelas forças de segurança do Espírito Santo. Aeronaves, drones e cães farejadores são usados para auxiliar as equipes de busca, que também com o apoio da população do município, a cerca de 160 quilômetros de Vitória.
Secretário da Segurança Pública do Espírito Santo, Alexandre Ramalho está na cidade desde quarta-feira (23). Segundo ele, todos os dias há reuniões com familiares dos desaparecidos, que recebem atualizações sobre as buscas.
Sem informações
Irmão de Wellington, Wesley foi quem teve o último contato com os três jovens, por volta das 18h de 18 de agosto.
Moradores do bairro Sayonara, eles ouviram um tiroteio na rua onde vivem e um outro em uma região próxima conhecida como “Rocinha”. A fim de ver o que tinha acontecido, e se havia algum baleado que necessitasse de ajuda, o grupo de amigos foi em direção ao local.
Sem encontrarem nada, Wesley conta ter se separado do grupo para encontrar a namorada, enquanto Wellington teria dito que voltaria para casa. “E daí sem mais informações”, relatou o irmão.
Ao perceberem que Wellington, Kauã e Carlos Henrique não retornaram, familiares começaram a ligar para tentar localizá-los, sem sucesso. Wesley conta que, entre as 21h e 23h daquele dia, somente uma ligação foi atendida, mas ficou muda. “Depois, só caixa postal”, lamentou.
Preocupados, amigos e parentes passaram a madrugada do dia 18 fazendo buscas em Sooretama. “Fomos ao Hospital Geral de Linhares, ao Hospital Rio Doce e à UPA infantil”, disse Wesley. Sem sucesso na procura, foram até a delegacia da cidade na manhã do dia 19 para registrar boletim de ocorrência, dando início à investigação por parte da Polícia Civil.
Sem linha de investigação
Até o momento, não há uma única linha de investigação definida para o caso. No entanto, segundo o delegado Fabrício Lucindo, responsável pelo caso, algumas suspeitas já foram levantadas — nenhuma possibilidade é descartada.
Alguns dias antes do desaparecimento, familiares dos meninos relataram ter sofrido um golpe de criminosos. “Falaram que estavam com meu irmão, que iriam matar ele, e então me pediram uma quantia alta”, conta um dos familiares. O prejuízo é de cerca de R$ 500.
Ainda de acordo com a polícia, os três adolescentes não tinham antecedentes criminais nem eram usuários de drogas.
Na sexta-feira (25), um veículo suspeito de ter sido usado no caso foi apreendido e encaminhado para perícia, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Também foram feitas diligências em uma casa onde, “segundo uma denúncia anônima, estariam traficantes envolvidos com o desaparecimento”, de acordo com a pasta.
Informações relacionadas aos desaparecimentos podem ser repassadas de forma anônima pelo número 181.
*Sob supervisão de Marcos Rosendo