Depois de temperaturas negativas e geada, Rio Grande do Sul terá onda de calor no final de semana
Desde o último sábado (15), após a passagem do ciclone extratropical, os termômetros do Rio Grande do Sul não passaram da casa dos 10°C
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Após a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul na última semana, as temperaturas despencaram em todo o estado. Desde o último sábado (15), os termômetros não passaram da casa dos 10°C.
Da mesma forma foi o início da semana. Nesta terça (18), Bagé na Campanha gaúcha marcou -2°C no início da manhã e com formação de geada, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
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A mesma temperatura se repetiu em Dom Pedrito, na fronteira oeste, onde a mínima chegou a -2°C. Os termômetros ainda marcaram números negativos em cidades da Serra e na região central, Santa Maria teve mínima de 2,8 °C.
No entanto, o frio deve passar entre quinta e sexta-feira. Em Porto Alegre, as máximas previstas estão em torno de 27°C para sexta e sábado.
O calor também deve dar as caras em São Borja, na Fronteira com a Argentina. A previsão do Climatempo destaca máximas de 29°C para sexta e 30°C no sábado.
De acordo com o doutor Vagner Anabor, professor do Programa de Pós-graduação em Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria, as temperaturas não são as esperadas para um inverno no sul, mas o fato já ocorreu em outros anos.
“A chegada de um sistema de alta pressão promoveu ventos de Sul durante sua chegada, impulsionando a massa de ar frio em direção ao RS. Agora, ele se desloca para o oceano e irá provocar uma virada nos ventos, que já devem soprar de norte sobre a região Sul a partir de quinta-feira. Assim, no final de semana a maioria das regiões do RS pode esperar temperaturas superiores a 25 °C, podendo chegar até 30 °C na fronteira com a Argentina. Contudo, isso não indica o final do inverno, apenas uma incursão de ar quente fora de época”, ressalta Anabor.
El Niño deve chegar ao RS no segundo semestre de 2023
Um outro fenômeno que chama a atenção para eventos climáticos no Rio Grande do Sul é a incidência do El Niño, que consiste no aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial por causa do enfraquecimento dos ventos que sopram em direção à linha do Equador.
De acordo com Lucas Fagundes, meteorologista da Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul e da Defesa Civil gaúcha, os impactos do El Niño devem chegar no final de setembro.
“O El Niño deve começar a agir no final do inverno e na primavera. Nesse período, os eventos extremos devem ficar mais intensos no Rio Grande do Sul, devido à influência desse fenômeno. Em razão da atuação do El Niño, a tendência é que tenhamos eventos de chuvas fortes e tempestades no Estado durante a primavera”, comenta Lucas.