Denúncias sobre “sexo em grupo” teriam motivado morte de jornalista no RJ
Robson Giorno foi assassinado em março de 2019; executores são acusados de outros homicídios e deputado é denunciado pelo MPRJ
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o deputado estadual Renato Machado (PT) por ser o mandante do assassinato contra o jornalista Robson Giorno, em Maricá (RJ). O crime ocorreu em março de 2019 e teria sido motivado após denúncias de que o deputado promovia “sexo em grupo”, em seu gabinete na prefeitura.
A justiça carioca transformou o deputado estadual Renato Machado (PT) em réu pela morte do jornalista Robson Giorno. Na denúncia proposta pelo MPRJ, o deputado aparece como mandante do assassinato, que ainda teria a participação de outras três pessoas: Vanessa da Matta Andrade, Rodrigo José Barbosa da Silva e Davi de Souza Esteves.
O jornalista Robson Giorno foi assassinado em 25 de março de 2019, por ordem do deputado Renato Machado, com ajuda e Vanessa da Matta que intermediou o crime com os executores, Rodrigo e Davi. Entenda o caso.
Denúncia de “sexo em grupo” e suborno
O Ministério Público descobriu durante as investigações que a razão pela qual o deputado teria ordenado a morte do jornalista seria porque o jornalista estava extorquindo o deputado para não expor a prática de “sexo em grupo”, no gabinete da prefeitura de Maricá (RJ), quando Renato Machado era secretário de obras da prefeitura local e presidente da SOMAR.
Na peça apresentada pelo MPRJ, consta que a extorsão envolvia Vanessa da Matta, Rodrigo José e Davi de Souza, que se uniram para obter vantagens financeiras diante do receio do deputado na divulgação dessas informações.
No relatório, a investigação apurou que Vanessa da Matta teria engravidado do deputado, na época secretário em Maricá (RJ). Ela é acusada de dar a ordem para o assassinato do jornalista, quando Robson se negou a dividir o valor do suborno com Rodrigo e Davi.
O processo aponta para a união do deputado Renato Machado com Vanessa, Rodrigo e Davi para executarem Robson na porta da sua casa, em Maricá (RJ). A história foi revelada após um dos envolvidos confessar a autoria e planejamento do crime.
Trio responde por outros crimes
Vanessa da Matta, conhecida por “Vanessa Alicate”, era esposa de Thiago André Marins, e nora do vereador de Maricá (RJ), Ismael Breve de Marins. Em agosto de 2019, cerca de 5 meses após a morte do jornalista Robson Giorno, marido e sogro de Vanessa foram encontrados mortos.
Na denúncia apresentada pelo MPRJ, os nomes de Vanessa, Rodrigo e Davi aparecem como responsáveis por outros homicídios.
A denúncia ressalta um episódio envolvendo o deputado federal Washington Luiz, que denunciou em rede social que sofreu ameaça de “Rodrigo Negão”, apelido de Rodrigo José. A ameaça teria acontecido após cobrar das autoridades públicas a apuração dos assassinatos do jornalista. Para o MPRJ, isso mostra que estão “presentes a materialidade do delito e os indícios de autoria nas pessoas dos denunciados”.
A denúncia foi aceita pelo juiz e os réus foram citados para apresentar resposta à acusação. Além disso, foram impostas medidas cautelares, como proibição de alterar o endereço, manter contato com testemunhas e informantes, e se ausentar do estado sem autorização judicial. Os acusados devem comparecer em juízo sempre que intimados.
Outro lado
A CNN buscou a defesa do deputado Renato Machado (PT), veja nota abaixo.
As defesas de Vanessa da Matta Andrade, Rodrigo José Barbosa da Silva e Davi de Souza Esteves não foram encontradas. O espaço segue aberto.
Nota da defesa de Renato
A defesa permanece confiante no reconhecimento da inocência do deputado Renato Machado. O recebimento da denúncia é uma decisão protocolar, na qual o juiz apenas analisa o aspecto formal da acusação. A resposta à acusação trará elementos a recomendar a revisão dessa decisão. Causa estranheza uma denúncia tão grave baseada exclusivamente no depoimento de uma única pessoa, totalmente isolado do restante da investigação. Não há nenhum elemento informativo ou evidência que justifique a acusação. Renato Machado confia na Justiça e tem certeza de que, no decorrer do processo, tudo será esclarecido e a inocência será devidamente comprovada.