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    Demorou para haver mobilização mundial contra o racismo, diz Hélio de la Peña

    "Todo negro tem pelo menos uma história de racismo a contar", disse o ator, roteirista e humorista em entrevista à CNN

    O ator, roteirista e humorista Helio de la Peña afirmou à CNN nesta sexta-feira (5), em entrevista sobre os atos antirracistas motivados pela morte de George Floyd nos EUA, que levou muito tempo para ocorrer uma mobilização em larga escala contra o racismo e que toda pessoa negra já foi vítima de atos racistas — o que é crime.

    “Demorou para ter alguma reação mundial, e sobretudo aqui no Brasil, a gente custa a acordar. Foi preciso que houvesse um evento no exterior, nos Estados Unidos, para que a gente levantasse essa discussão, que vem desde a abolição da escravidão”, declarou ele. “São várias situações que a gente vive, algumas policiais e gravíssimas e outras do ponto de vista pessoal. Todo negro tem pelo menos uma história de racismo para contar”, acrescentou.

    Hélio de la Peña aproveitou a reflexão para citar casos de violência policial no Brasil.

    “A partir do caso do George Floyd, quantos outros casos já surgiram de lá para cá só no Brasil? E isso deixando de fora os casos anteriores, como, por exemplo, o Evaldo Rosa, o músico baleado com 80 tiros em Guadalupe, e o menino João Pedro, de 14 anos, que foi baleado dentro de casa“, descreveu. 

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    Para o artista, depois do sofrimento da escravidão, pessoas negras passaram a sofrer com a desigualdade de oportunidades na sociedade.

    “Depois da abolição, os negros não tiveram oportunidade de ter um emprego, uma qualificação e se capacitar. As coisas só se acumularam”, afirmou.

    Apesar disso, o ator disse acreditar que as coisas podem melhorar, mas citou uma frase do colega de profissão Lázaro Ramos, que já declarou que “está cansado de pensar em futuro”.

    “Temos que pensar no presente, porque o futuro depende do que a gente fizer hoje”, disse.

    (Edição: Bernardo Barbosa)