Delegado: Dr. Jairinho ligou para políticos para ‘acelerar burocracia’ no IML
Vereador entrou em contato com governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), e outros políticos nas horas seguintes à morte de Henry Borel
Após a morte do menino Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), ligou para o governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC) e para outras pessoas do meio político.
Dr. Jairinho e a mãe do menino, Monique Medeiros, foram presos temporariamente por 30 dias pela Polícia Civil nesta quinta-feira (8).
O objetivo das ligações no dia do crime, segundo o delegado Henrique Damasceno, responsável pelo caso, era “se garantir” e acelerar burocracias no Instituto Médico Legal (IML) da cidade.
Segundo o delegado, Jairinho queria que a tese de que a criança “passou mal, morreu e vamos enterrar logo” fosse confirmada.
Castro admitiu que recebeu uma ligação de Dr. Jairinho logo após a morte do enteado.
Em nota enviada pelo governo do estado, Castro afirmou que “limitou-se a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito e encerrou a ligação”.
Afastamento do cargo
Com a prisão preventiva, Dr. Jairinho teve sua remuneração como vereador imediatamente suspensa e ficará formalmente afastado do mandato a partir do 31º dia, de cordo com o artigo 14 do Regimento Interno da Câmara.
Ainda na tarde desta quinta-feira (8), o Conselho de Ética da casa se reunirá para discutir a situação do político, que é membro do órgão colegiado, incluindo seu afastamento imediato do cargo.
Além disso, o Solidariedade afirmou que o politico já foi afastado do partido até a conclusão das investigações.
“Aguardamos junto às autoridades competentes a apuração dos fatos com o processo de investigação e uma posição final da Justiça”, disse o Solidariedade, em nota.