Cupertino destituiu advogado para prorrogar julgamento, diz jornalista que acompanha o caso
Acusado de matar o ator Rafael Miguel e seus pais, Cupertino teria tomado decisão para prorrogar o processo
O julgamento de Paulo Cupertino, acusado de assassinar o ator de ‘Chiquititas’ Rafael Miguel e seus pais, foi anulado pela Justiça após o réu destituir seu advogado durante o júri.
Segundo o jornalista Valmir Salaro, especializado em segurança pública, essa ação foi uma tentativa de Cupertino de prorrogar o processo.
O triplo homicídio, que chocou o Brasil em junho de 2019, teve como motivação o ciúme excessivo que Cupertino nutria por sua filha Isabela, então namorada de Rafael Miguel.
Após quase três anos foragido, o acusado foi finalmente preso em maio de 2022.
Estratégia de defesa questionável
De acordo com Salaro, a decisão de Cupertino de destituir seu advogado foi uma ‘tática suicida’, nas palavras da promotora Soraia Munhoz.
O acusado não pôde acompanhar presencialmente os depoimentos de sua ex-esposa, Vanessa, e de sua filha Isabela, considerada a principal testemunha do caso.
Isabela, em seu depoimento, revelou detalhes impressionantes sobre o comportamento obsessivo de seu pai.
Segundo ela, Cupertino a proibiu de tudo, chegando a trancar a filha em casa por oito meses, sem contato com o mundo exterior, após descobrir seu relacionamento com Rafael.
Apesar da tentativa de adiar o julgamento, Salaro ressalta que Cupertino não obterá nenhum benefício concreto com essa ação.
Ele permanecerá preso preventivamente em um presídio superlotado na região de Guarulhos até o novo julgamento, previsto para o próximo ano.
Repercussão nacional
O caso ganhou grande repercussão nacional, sendo comparado a outros crimes que chocaram o país, como os casos de Isabella Nardoni, Elize Matsunaga e Suzane von Richthofen.
A comoção pública se deve não apenas ao assassinato do jovem ator, mas também ao drama vivido por Isabela, que aos 18 anos teve sua liberdade cerceada pelo pai.
Mesmo com a anulação do julgamento, especialistas acreditam que o caso permanecerá vivo na memória da sociedade brasileira, marcando mais um trágico episódio de violência familiar na história do país.