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    Criminosos ofereciam tratamento para disfunção erétil e outras doenças com produtos falsos

    A Polícia Civil acredita que Ômega-3 comercializado por fábrica clandestina era, na verdade, óleo de cozinha; insumos apreendidos serão periciados

    RJ: criminosos que fabricavam produtos falsificados ofereciam tratamento para disfunção erétil e outras doenças
    RJ: criminosos que fabricavam produtos falsificados ofereciam tratamento para disfunção erétil e outras doenças Reprodução/ Polícia Civil

    Isabelle Salemeda CNN

    Um esquema de venda de produtos falsos foi alvo de uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira (20). Com rótulos com nomes de “Super Macho” e “DuroPau”, os produtos que prometiam tratamento para disfunção erétil eram comercializados por criminosos que fabricavam falsos medicamentos no Rio de Janeiro.

    Segundo o delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), Pedro Bittencourt Brasil, falsos medicamentos para tratamento contra cegueira, catarata e surdez também eram ofertados, além de diversos suplementos, como whey protein, creatina e vitaminas.

    Segundo pessoas que denunciaram o esquema, o Ômega-3 vendido seria, na verdade, óleo de cozinha. “A perícia vai confirmar isso. Mas a denúncia é de que eles fabricavam as cápsulas e enchiam com óleo de cozinha, o que pode até prejudicar a saúde de quem consome”, disse Brasil à CNN.

    As investigações começaram após denúncia de uma plataforma de venda de produtos online, que relatou estar recebendo reclamações de consumidores acerca da venda de suplementos falsificados.

    Durante a operação da DRCPIM, com apoio de Delegacias Especializadas do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), nesta terça (20), foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Cabo Frio e São Pedro D’Aldeia, na Região dos Lagos e Parada de Lucas, na zona norte do Rio.

    Durante as buscas, os agentes encontraram um galpão com toneladas de produtos de marcas famosas. Segundo as investigações, os criminosos produziam suplementos falsos de forma precária, sem nenhum cuidado com os procedimentos. Até caixas d’água eram utilizadas para fazer a mistura de material, sem obediência a nenhuma regra sanitária.

    Num primeiro momento, segundo os policiais, os potes usados pelos criminosos eram reutilizados. Eles também falsificavam rótulos de produtos de marcas internacionais, algumas tinham informações em inglês, por exemplo, para dar mais credibilidade aos compradores.

    Na ação da Polícia Civil, foram apreendidos maquinários, embalagens, rótulos e outros insumos para a produção dos suplementos falsos. O conteúdo dos potes foi encaminhado para a perícia.

    Responsáveis pelo esquema estão na mira da Polícia

    Um homem apontado como gerente da central de vendas online foi preso em flagrante nesta terça (20). A Polícia trabalha agora para provar o envolvimento de quatro sócios no esquema e pedir a prisão deles. Segundo as investigações, o ex-policial militar Elifrancis de Oliveira Viana, de 44 anos, e o filho dele, Fabrício Eduardo Eustáquio Viana, de 18 anos, foram identificados como os responsáveis pela falsificação dos produtos.

    A Polícia Militar informou à CNN que o ex-policial ingressou na Corporação em janeiro de 2014, sendo licenciado por questões disciplinares em fevereiro de 2018.

    Já os outros dois sócios, que seriam jovens por volta de 20 anos, trabalhavam, segundo as investigações, na divulgação do material. Segundo a Polícia Civil, um deles afirmava ter um faturamento anual em torno de R$ 20 milhões e até oferecia pela internet um curso para ensinar como alavancar vendas online.

    Para dificultar o trabalho dos investigadores, a organização criminosa recrutava vendedores, pessoas físicas para que elas abrissem contas nessas plataformas de vendas na internet e vendessem utilizando a sua conta bancária. Assim, os valores arrecadados seriam pulverizados e não chamariam a atenção.

    Com os lucros obtidos ilegalmente, no entanto, os suspeitos abririam uma farmácia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, o estabelecimento, que estava em fase de montagem, seria utilizado para comercializar os produtos falsificados presencialmente. O local foi fechado durante a operação.

    Já o dinheiro obtido com a venda dos produtos era usado, segundo as investigações, para ostentar uma vida de luxo, com viagens e compras de carros e imóveis de alto padrão.

    Os envolvidos na organização podem responder por associação criminosa e por crimes contra a saúde pública e contra o consumidor.