Creche no Rio é denunciada após crianças serem mordidas dentro da unidade
Uma das crianças estava no segundo dia de adaptação e mãe encontrou marcas roxas espalhadas pelo corpo da menina
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Menina de 1 ano e 8 meses chegou de creche na zona oeste do Rio com diversos machucados; mãe registrou boletim. • Reprodução/Instagram
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Menina de 1 ano e 8 meses chegou de creche na zona oeste do Rio com diversos machucados; mãe registrou boletim. • Reprodução/Instagram
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Menina de 1 ano e 8 meses chegou de creche na zona oeste do Rio com diversos machucados; mãe registrou boletim. • Reprodução/Instagram
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Menina de 1 ano e 8 meses chegou de creche na zona oeste do Rio com diversos machucados; mãe registrou boletim. • Reprodução/Instagram
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Menina de 1 ano e 8 meses chegou de creche na zona oeste do Rio com diversos machucados; mãe registrou boletim. • Reprodução/Instagram
Uma creche conveniada à Prefeitura do Rio de Janeiro, em Magalhães Bastos, na zona oeste da cidade, foi denunciada às autoridades policiais após familiares notarem marcas de mordidas e arranhões em crianças nesta última semana.
À CNN, Nathalya Vieira, mãe de uma menina de 1 ano e 8 meses — que estava no segundo dia de adaptação da Creche Esperança — contou que foi buscar a filha por volta das 11h30 da manhã, quando uma das funcionárias a comunicou que ela havia sido mordida na região das costas naquele dia.
Após sair da creche e mostrar a situação de sua filha ao marido, Nathalya notou mais de uma marca de mordidas e arranhões e decidiu voltar à unidade para reclamar do ocorrido.
“Se fosse uma mordida eu não falaria nada, eu entendo que criança morde, só que a minha filha estava toda mordida, toda arranhada, ela estava com umas seis mordidas. Roxa. Mas a única coisa que recebemos da creche foi um pedido de desculpas”, afirmou Nathalya.
A agressão causou indignação na madrinha da criança que também decidiu ir à creche reclamar sobre a situação da afilhada. A pedagoga presente na unidade chegou a explicar à família que no dia em que a menina foi mordida, 17 crianças estavam na sala, sob o cuidado de apenas uma professora e uma auxiliar da creche, uma vez que a outra profissional auxiliar teria faltado.
“Ou seja, só tinha, tirando a professora, uma auxiliar. Para a minha filha ser mordida desse jeito, ela ficou muito tempo sozinha ou fora da vista da professora e da auxiliar. Eu imagino o caos que foi para essa professora e para essa auxiliar, pela quantidade de crianças, para você dar banho, dar alimentação, dar o cuidado para 17 crianças, não tem como eles darem conta”, disse a mãe da criança.
Nesse mesmo dia, Nathalya, que estava ao lado de fora da unidade, pediu às funcionárias para entrar e ver a infraestrutura da creche. Ela afirma que não havia feito isso antes devido a procedimentos internos que restringiam o acesso à área interna da unidade.
“Quando eu entrei, que eu fui ver a creche, conhecer, eu vi que a situação da creche é extremamente precária. A parte de cima ainda está sem luz, entendeu? E muito calor, muito quente”, afirmou Nathalya.
Após receber relatos de outros casos que já haviam acontecido com outros alunos da creche, a mãe da criança levou a filha ao hospital, onde a examinaram. Ela chegou a acionar o Conselho Tutelar e foi encaminhada para a Delegacia da Criança. A criança realizou exame de corpo de delito e a família registrou um boletim de ocorrência contra a unidade escolar.
“O sentimento que fica é de impotência, sabe? Uma decepção, porque eu resisti de colocar ela na creche, até não queria pelo medo disso acontecer e logo no segundo dia de adaptação… Eu ainda fui buscar ela cedo pelo período de adaptação, se tivesse ficado no período integral, o que poderia ter acontecido com ela?”, questionou a mãe.
Caso não é isolado
Por meio das redes sociais, Raphaella Souza, irmã de um menino de 10 meses que também é aluno de uma das unidades da Creche Esperança, em Irajá, na zona norte do Rio, contou que a criança voltou do local com diversar marcas de mordidas. A menina alega que a criança tinha marcas por todo o corpo e que a creche não teria dado nenhuma justificativa sobre o que poderia ter acontecido.
“Meu irmão foi mordido três dias, sem nenhuma explicação de como aconteceu. Uma professora e um auxiliar para 24 crianças. Isso é inadmissível e não é um caso isolado. É muita negligência, nenhuma criança deve passar por isso”, publicou.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação sobre o caso do irmão de Raphaella está em andamento na 27ª DP (Vicente de Carvalho). O órgão afirmou que os envolvidos vão prestar depoimento e a equipe busca imagens de câmeras de segurança do local, a fim de esclarecer o que aconteceu.
Sobre o caso de filha de Nathalya, a CNN questionou a polícia mas ainda não teve retorno.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que abriu sindicância e iniciou os procedimentos de apuração da creche conveniada à Prefeitura. Além disso, a Secretaria afirma que os responsáveis pelos alunos e os representantes legais da unidade já foram ouvidos.
Procurada pela CNN, a Associação Creche Esperança não se pronunciou até o momento da publicação desta matéria.