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    CPI aponta risco de incêndio em outros hospitais no Rio de Janeiro

    Unidade de Bonsucesso já tinha sido autuada duas vezes

    Isabelle Resende, da CNN, no Rio de Janeiro

     

    Um levantamento feito pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos incêndios da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) mostra que a maioria dos hospitais da rede pública do RJ não cumpre as exigências previstas no código de segurança do Corpo de Bombeiros.

    A informação veio à tona após o incidente que causou três mortes no Hospital Federal de Bonsucesso — que já havia sido alvo de duas autuações por descumprimento das normas

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    O alvará de funcionamento de quase todas as unidades da rede sus na capital estão com o alvará de funcionamento vencido, segundo o presidente da CPI, o deputado Alexandre Knoplock (PSL).

    O documento é concedido pelo Corpo de Bombeiros, que também é responsável pela fiscalização. Um dos relatórios produzidos pela CPI aponta como críticas as condições dos hospitais federais de Bonsucesso, Andaraí e Servidores. Já no âmbito municipal, os hospitais Rocha Faria, Albert Schweitzer e da Piedade estariam na iminência de grandes incêndios.

    Dentro dessas unidades, a comissão constatou que a precariedade das instalações elétricas. Há gambiarras nas tomadas e falta adequação de carga para suportar os equipamentos elétricos, o que pode provocar curto circuitos. Além disso, em alguns hospitais os geradores estariam instalados de maneira inadequada.

    Durante as vistorias, os membros da comissão ainda constataram que em algumas unidades as janelas têm abertura limitadas, ou seja, o que dificulta o acesso em caso de emergência, colocando ainda mais em risco a vida de pacientes e funcionários. Em prédios mais aintigos, por exemplo, o sistema de ventilação é ruim e o material do forro dos telhados favorece a propagação do fogo, além de não haver rotas de fuga sinalizadas.

    No início desse mês, houve um princípio de incêndio provocado por um curto circuito, no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Pacientes internados, tiveram que ser removidos às pressas da unidade por causa da fumaça. Na ocasião, a prefeitura negou que tenha sido encontrado algum problema nas instalações elétricas da unidade.

    O Ministério da Saúde lamentou o incêndio ocorrido no Hospital Federal de Bonsucesso. Questionada sobre as irregularidades encontradas pelos membros da comissão nas unidades de saúde, a pasta disse que está apurando as informações.

    Já a Prefeitura do Rio disse em nota que, embora nem todos os hospitais já estejam com os certificados de aprovação emitidos pelo Corpo de Bombeiros, os processos administrativos para obter a certificação estão em andamento, em diferentes estágios de tramitação. Para as unidades mais antigas, construídas antes da legislação que instituiu as normas atuais, a Secretaria Municipal de Saúde tem processos administrativos abertos, em diferentes estágios, para elaboração de projetos para sistema de combate a incêndio e pânico.

    Ainda de acordo com a prefeitura, As unidades mais novas da rede municipal de saúde já foram projetadas e equipadas dentro das normas vigentes de segurança contra incêndio e pânico.

    A CPI dos Incêndios foi instalada em novembro do ano passado, para investigar as causas dos incêndios do Ninho do Urubu, do Hospital Badim, Hospital Balbino e Museu Nacional. O trabalho da comissão teve que ser paralisado por conta da pandemia e ainda não foi concluído. A previsão, segundo o presidente da CPI, deputado Alexandre Knoplock é de que o relatório sobre o incêndio no Hospital Badim seja entregue ao MP-RJ até o fim do ano.

    Em setembro do ano passado, um incêndio de grandes proporções atingiu uma ala do hospital particular, que fica na zona norte, deixando 23 pacientes mortos.  O primeiro laudo da perícia indicou que o fogo começou no gerador da unidade, localizado no subsolo do edifício. Até hoje, pouco mais de um ano depois, ninguém foi responsabilizado pelo incêndio. O presidente da comissão da Alerj disse que o incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, que deixou 3 pacientes mortos, também será alvo da CPI.

    Bombeiro combate incêndio no Hospital de Bonsucesso, no Rio de Janeiro
    Bombeiro combate incêndio no Hospital de Bonsucesso, no Rio de Janeiro
    Foto: Ricardo Moraes/Reuters (27.out.2020)

    (Edição: Leonardo Lellis)