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    Covid-19: Com saúde em colapso, Campos de Goytacazes cria barreira de circulação

    Prefeitura de Campos dos Goytacazes fechou ruas no centro da cidade; diretora do Centro de Controle do novo coronavírus defende implementação de lockdown

    Cleber Rodrigues, da CNN, no Rio de Janeiro

    Em Campos dos Goytacazes, maior município do estado do Rio de Janeiro em extensão territorial, a terça-feira (6) começou com restrições ainda mais duras no enfrentamento à Covid-19

    Com 100% dos leitos ocupados nas redes pública e privada de saúde, a prefeitura criou barreiras para evitar a circulação de pessoas nas ruas de maior movimento, incluindo o centro da cidade. 

    Por causa do colapso na saúde, o gabinete de crise decidiu manter a bandeira vermelha, que permite o funcionamento apenas dos serviços essenciais. Até a noite de segunda-feira (5), 40 pessoas aguardavam na fila por um leito, sendo 26 para Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

    O subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Proteção da Saúde, Charbel Kury, informou em reunião do Gabinete de Crise Covid-19 que os pacientes infectados pela nova variante são de internação longa, o que significa que recebem alta após 22 dias ou que, em média, morre com 19 dias de internação clínica.

    “É um paciente clinicamente que anda no limite entre a vida e a morte, precisando de fisioterapia, de oxigênio, de cuidados especiais. A restrição de duas semanas ainda mantém casos, porque demora a produzir resultados”, afirmou.

    Campos de Goytacazes, no RJ, criou barreira de circulação no centro da cidade
    Prefeitura de Campos de Goytacazes, no RJ, criou barreira de circulação no centro da cidade
    Foto: Divulgação

     

    Entre sábado e segunda-feira, o município de meio milhão de habitantes registrou 20 óbitos por Covid-19. Ao todo, são 889 mortes pela doença e 24.324 casos confirmados. A diretora do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus da cidade, Patrícia Meireles, defendeu a adoção de um lockdown para amenizar a crise na saúde.

    “O nosso sistema está colapsado. Nos últimos dias a gente está vendo, assustadoramente, uma quantidade de óbitos, apesar de toda estrutura que a gente tem. Essa cidade precisa ser fechada. As pessoas não podem transitar na rua tamanho é o caos”, disse Meireles.

    Ela também falou sobre o desgaste físico e mental dos profissionais de saúde e citou que o município está perto de chegar ao seu limite no fornecimento de oxigênio para os pacientes.

    “Fui eu que instalei todos os fluxômetros da nossa unidade para ter certeza que a gente não vai ter vazamento de oxigênio. Hoje, eu não tenho o que fazer, tenho paciente dividindo cilindro de oxigênio na emergência, paciente dividindo respirador e paciente dividindo cadeira. Se nada for feito, a gente não tem o que fazer a não ser esperar o óbito de uma grande parte da população”, alertou a médica.